É dessa maneira que ficará marcado a tragédia ocorrida no início da tarde da última sexta-feira (25), sobre o rompimento da barragem do Vale, na Mina Feijão em Brumadinho - MG.
Durante um bate-papo com o fotojornalista Marlon Max, Capixaba de 32 anos que está concluindo a universidade de jornalismo e esteve presente desde a madrugada de sábado até terça (29), realizando a cobertura de fotografia documental na busca por corpos e sobreviventes, fica explícito a sensação de tristeza e revolta que envolve toda a tragédia.
"A tragédia tem uma proporção muito maior do que todo trabalho jornalístico é capaz de mostrar. O olhar é de desesperança das pessoas que perderam tudo, suas casas e seus entes queridos."
"Parentes e amigos dos funcionários da Vale relataram que os mesmos já falavam sobre os riscos que a barragem visualmente oferecia com rachaduras e vazamentos. A negligência da segurança humana e ambiental pelo lucro é a causa da tragédia. O sentimento que fica é que se o lucro não fosse tão importante eles desativariam a barragem e encerrariam as operações até que fosse criado um plano de esvaziamento da barragem e fizessem uma adaptação para um novo sistema mais seguro e mais moderno, o que será feito agora."
A Vale foi criada em 1942 no governo de Vargas, sendo privatizada diga-se de passagem a "preço de banana" durante o governo FHC. Sem isentar o crime cometido pela Vale, é necessário mencionar a irresponsabilidade de todos os governos pela falta de investimento em números de técnicos para que a fiscalização e monitoramento seja cumprido com eficiência e rigor. O que é um absurdo após a última tragédia de rompimento de barragem há 3 anos em Mariana.
Das 24 mil barragens no Brasil, apenas 780 passaram por fiscalização.
Fica a pergunta: qual será a próxima?
Texto por Muriel Tegon
Fotos por Marlon Max
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