Cuiabá, 10 de Maio de 2024

CIDADES Quinta-feira, 20 de Setembro de 2018, 16:38 - A | A

20 de Setembro de 2018, 16h:38 - A | A

CIDADES / INVESTIGAÇÃO NO JULIO MULLER

Denúncia aponta desvio de recursos de hospital e diretor é afastado

Claryssa Amorim



(Foto: Reprodução/Web)

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A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) recebeu denúncias anônimas de supostos desvios de recursos pelo diretor superintendente do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), Hildevaldo Monteiro Fortes e decidiu afastar o médico do cargo, a partir desta sexta-feira (21). O Sindicato dos Trabalhadores Técnico Administrativos em Educação (Sintuf) não soube esclarecer como ocorria os desvios de recursos do hospital.

 

De acordo com o Sintuf, eles não tinham conhecimento da decisão da gestão da UFMT, que é uma das responsáveis pela unidade, em afastar o diretor e muito menos das denúncias. Sendo assim, representantes do Sintuf se reuniram na semana passada com reitoria da UFMT e cobrou explicações sobre o afastamento do médico e professor da unidade, bem como também sobre as denúncias.

 

O site Única News tentou contato com a assessoria do hospital e a defesa do superintendente, mas não tivemos retorno.

 

O sindicato esclareceu ainda que tomou conhecimento do afastamento do diretor, por meio de grupos de WhatsApp, e buscaram a gestão da UFMT, pois segundo eles, não se pode substitutir o superintendente diretor do hospital sem a democracia dos trabalhadores. 

 

“O sindicato oficiou a reitoria, que inclusive já respondeu aos pontos elencados. Temos uma assembleia setorial com os trabalhadores do hospital marcada para apresentarmos o resultado desta reunião e os caminhos que acreditamos serem os mais adequados”, explicou a coordenadora geral do Sintuf, Luzia Melo.

 

Segundo a reitora da UFMT, Mirian Serra, uma comissão foi criada para apurar as denúncias. Sendo assim, a comissão decidiu afastar o superintendente das suas atividades, a partir desta sexta-feira (21), até que a investigação seja concluída. O Sintuf não divulgou quem será o novo superintendente interino do hospital.

 

“Ele não pode ser considerado culpado antes do direito de defesa de todas as acusações. Até que tudo seja apurado, ele é o diretor. Caso ao final do trabalho da comissão seja vista a necessidade de afastamento definitivo, mantemos o compromisso com o sindicato que será feita uma nova consulta democrática na comunidade do HUJM para a escolha do diretor”, explicou Mirian.

 

Fechamento da ala pediátrica

 

O sindicato cobrou ainda da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a contração de trabalhadores para as vagas geradas pelas aposentadorias; explicações sobre o fechamento de leitos, e o compromisso pela manutenção de jornada ininterrupta de 30 horas no HUJM, conforme legislação. A metodologia de construção de escalas deve ser pauta no Consuni.

 

O Serviço de Atendimento Pediátrico do hospital foi suspenso por tempo indeterminado, desde o dia 3 de setembro, por falta de profissionais para o devido atendimento.

 

Segundo a assessoria, a unidade ficou sem profissionais em geral, principalmente na ala pediátrica. Somente em agosto deste ano, 20 profissionais se aposentaram, sendo desses 13 cirurgiões. Durante seis meses, foram apresentados 26 licenças médica prolongados.

 

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal estava com um déficit de profissionais, sendo assim, houve um remanejamento de médicos e enfermeiros de outra ala, resultando no fechamento do atendimento.

 

Com a falta de recursos humanos, a assessoria informou que a administração do hospital optou por suspender o atendimento as crianças com consultas marcadas para manter a ala mais importante, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. O atendimento de emergência e internação mantém.

 

O hospital esclareceu que estão impossibilitados de contratação de profissionais por ser ano eleitoral, mas aguarda uma posição da Ebeserh, já que foi encaminhado um pedido de ‘Processo Seletivo Simplificado’ para a empresa em Brasília.

 

Ao ser argumentada pela previsão de aposentadorias e licenças maternidade, a unidade disse que não havia concurso previsto para a chamada de novos profissionais da saúde.

 

Por dia, são distribuídas mais de 70 fichas para atendimento, o que resulta em que cerca de 80 crianças ficarão sem atendimento. 

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