Cuiabá, 25 de Abril de 2024

ECONOMIA Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2019, 09:49 - A | A

20 de Fevereiro de 2019, 09h:49 - A | A

ECONOMIA / DISPUTA COMERCIAL

Governo diz que pode sobretaxar leite em pó, cigarro e alho europeus como compensação por barreiras ao aço

Itamaraty disse que OMC já foi comunicada da possibilidade. Medida pode ser caminho para atender demanda do setor produtivo de leite.

Por Luísa Melo, G1



O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou nesta terça-feira (19) que o Brasil poderá sobretaxar leite em pó, cigarros e alho vindos da União Europeia. A tarifa adicional seria uma compensação por barreiras impostas pelo bloco à importação de aço.

Na segunda-feira, em nota conjunta, o Itamaraty, o Ministério da Agricultura e o Ministério da Economia haviam divulgado que encaminharam a UE um pedido de compensação pelas salvaguardas à compra de aço e que comunicaram a Organização Mundial do Comércio (OMC) de que o Brasil poderia adotar medidas para reequilibrar o comércio o bloco.

Questionado pelo G1 sobre que tipo de compensação constaria no pedido, o Itamaraty informou que venceu no último dia 14 o prazo de 30 dias para que o país e a União Europeia buscassem acordo sobre as barreiras ao aço, sem sucesso.

"Nesse contexto, o Brasil notificou a OMC, em 18/02/19, de que o país poderá suspender concessões a exportações europeias de certos produtos, ao fim de um prazo adicional de 30 dias, previsto pelas regras da OMC. Entre outros produtos europeus que poderão estar sujeitos a tarifa de importação adicional no Brasil, encontram-se leite em pó, cigarros e artigos de fumo e alho", disse em nota.

O Itamaraty não detalhou de quanto seriam essas sobretaxas.

 

Impasse do leite

 

O compensação pelas barreiras impostas ao aço pode ser um caminho para o governo resolver um impasse com os produtores de leite.

No início do mês, o ministério da Economia extinguiu tarifas antidumping sobre o leite importado da União Europeia e da Nova Zelândia. As taxas, de 14,8% e 3,8%, respectivamente, eram cobradas desde 2001 e tinham o objetivo de proteger os produtores nacionais da competição agressiva com o leite de outros países, garantindo preços estáveis no mercado interno.

A equipe econômica concluiu que, entre 2017 e 2018, não houve importação de leite da Nova Zelândia e o pouco proveniente da União Europeia não teria impacto para os produtores brasileiros.

Mas o setor classificou a decisão como absurda. Os produtores entendem que o leite excedente no mercado europeu poderia acabar sendo direcionado para o Brasil, o que baixaria os preços e prejudicaria principalmente os pequenos agricultores. Eles pediam a volta da tarifa antidumping.

Para tentar resolver, o Ministério da Agricultura sinalizou que o governo poderia elevar o imposto de importação sobre o produto, de forma a compensar a queda das tarifas antidumping. Não foi detalhado, porém, como isso seria feito. A definição de tarifas de importação cabe ao Ministério da Economia.

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