Abraão Ribeiro
Única News
Servidores que atuam em unidades penais em Mato Grosso estão proibidos de entrarem nos locais de trabalho com seus celulares pessoais. A medida entrou em vigor após a Portaria 94/2022, assinada pelo secretário estadual de Segurança Pública Alexandre Bustamante, ser publicada no Diário Oficial nessa terça-feira (17).
Entre as justificativas, o secretário afirma que há reiteradas ocorrências de servidores do sistema prisional que entram em horários não correspondentes ao seu plantão. Ele também diz que o acesso de servidores alheios ao quadro da unidade, ou daqueles que não estão no seu turno de trabalho, causa movimentação desnecessária.
Segundo a portaria, existe uma necessidade de se estabelecer diretrizes acerca da entrada de celulares e movimentação de agentes públicos nas unidades penais do Estado, e por isso “fica terminantemente proibido o acesso de servidores portando aparelhos celulares e outros dispositivos eletrônicos de comunicação com o meio exterior, seus componentes e acessórios, no interior das unidades penais do Estado”.
O documento determina ainda que está proibido o acesso de servidores do sistema penitenciário a sua unidade prisional de lotação em horários não correspondentes ao seu plantão sem a devida autorização de seus superiores.
“Somente será permitido o acesso dos servidores do sistema penitenciário na unidade de lotação quando for em cumprimento à escala de plantão a qual foi designado, salvo em situação emergencial ou em conformidade com a necessidade do serviço e conveniência da administração, quando solicitado ou devidamente autorizado pela Direção da Unidade”, diz trecho da portaria.
Reação do sindicato
O Sindspen-MT (Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso) divulgou nota oficial nesta quarta-feira (18) onde afirma que o trecho da portaria que proíbe o uso de celulares “fere a liberdade do policial penal”.
O sindicato aponta para o fato de que o plantão de trabalho dura 24 horas, e por isso a falta do celular impede que o profissional mantenha contato com a família, ainda mais sendo uma profissão considera de alto risco.
Segundo o Sindspen, as unidades já contam com medidas que controlam a entrada de celulares dos servidores, desde a guarita, onde só é permitida a entrada após a verificação completa.
De acordo com o sindicato, o policial penal precisa do aparelho até mesmo para solicitar suas refeições durante o plantão, já que o Estado não fornece mais a refeição aos servidores nas unidades.
Para outros, “o aparelho é essencial para monitorar a segurança de familiares no acompanhamento de câmeras instaladas em suas residências, tamanha a preocupação com a segurança das famílias”.
A reportagem entrou em contato com a Sesp-MT para saber qual o posicionamento diante das críticas feitas pelo Sindspen. A comunicação da secretaria ficou de verificar a situação.
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