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Quinta-feira, 08 de Novembro de 2018, 17h:41

Geller: sou radicalmente contra a taxação do agronegócio

Luana Valentim

(Foto: Reprodução)

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O deputado federal eleito, Neri Geller (PP), em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, nesta quinta-feira (8), declarou que é radicalmente contra o aumento de taxação do agronegócio, preciasando fazer uma discussão técnica não podendo mais criar impostos para Mato Grosso. Ele também destacou que é totalmente à favor do combate aos incentivos fiscais.

 

Geller disse que a taxação do agronegócio não passa de conversa, precisando diminuir o tamanho do Estado, tendo a precisão de trazer a eficiência, pois Mato Grosso, assim como todo o país, cresceu em sua receita nos últimos anos graças a sua produção.

 

Questionado se teria que pagar imposto sobre o que fica no mercado interno, Geller pontuou que caso haja fraude e sonegação, tem que ser combatido, inclusive, por ser crime. Agora, quanto aos 29% que ficam no mercado interno, é preciso definir o que é sonegação e o que é consumido no Estado que vai com o valor agregado para fora.

 

“Nos últimos 12 anos, nós crescemos a nossa produção de milho de 5 para 28 milhões de toneladas. O consumo no mercado era de 800 mil toneladas e hoje nós estamos consumindo quase 6 milhões de toneladas no mercado interno. Basta olhar os grandes polos de desenvolvimentos que se instalaram em Mato Grosso”, frisou.

 

Geller ressaltou que a receita do Estado cresceu muito nos últimos anos sendo fruto, principalmente, da produção primária que acabou, com isso, trazendo também a industrialização para Mato Grosso.

 

Quanto aos incentivos fiscais, o deputado se declarou totalmente a favor do combate, esclarecendo que o debate não pode ser de ‘tapa na cara’ e comparar com o narcotráfico, pois com isso, começa a dividir a sociedade. Precisando deixar claro que o combate à sonegação tem que ser efetivo.

 

“Eu conversei bastante com o governador Mauro Mendes, falei para ele contar conosco que eu vou ajudar no que puder, toda a bancada está bem-intencionada. Eu conheço a produção como poucos e quero me inserir neste contexto. O que nós não podemos fazer é demagogia, porque fica ruim”, pontuou.

 

Ele explicou que a demagogia separa as pessoas que vivem na sociedade mais urbana que não conhecem com profundidade a produção com os produtores, como se em alguns casos eles fossem os responsáveis pelo caos está instalado no ponto de vista da gestão do Estado. Mas, na verdade, é ao contrário pois tudo o que Mato Grosso cresceu na receita vem daqueles que trabalham, não podendo elas serem penalizadas com a inviabilização.

 

Geller pontuou que é preciso fazer uma discussão técnica, não podendo criar mais impostos, pois o Mato Grosso não pode competir, a respeito do milho, com o Paraná que está a cerca de 100 km dos portos para levar ao mercado internacional. Pois, essa atitude inviabilizaria essa produção.

 

“Então o crescimento da nossa produção se deu em função da Lei Kandir que precisa ser regulamentada. Nós da bancada federal precisamos cuidar da produção, não para favorecer os trainings e os grandes, mas para ter um equilíbrio na produção para que a gente não inviabilize sob pena de ficar cerca de 50% da produção que vai para fora para o mercado externo, sendo que 40% é frete”, ressaltou.

 

Ele destacou que também foi contra o Fundo de Transporte e Habitação 2 quando foi criado, pois não adianta reduzir os impostos e aumentar cada vez mais os gastos da máquina pública. Sendo que o fundo foi criado para construir casas para aqueles que mais precisam, fazer logística e viabilizar o ponto de vista econômico do Estado, mas foi desviado de sua função porque se inchou muito a máquina pública.

 

Geller avalia que mesmo que Mendes esteja bem-intencionado e tenha pulso firme, precisará fazer gestão. Uma vez que se aumentou muito as despesas do Estado, pegando os valores daqueles que produzem e não se faz investimentos que são necessários para Mato Grosso.

 

“Antes de se fazer uma discussão de cobrar mais imposto, precisamos cortar da própria carne e organizar um pouco melhor as finanças do Estado”, disse.