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Terça-feira, 21 de Maio de 2019, 18h:11

Silval diz não entender Selma, já que foi ela a responsável por sua condenação

Fernanda Nazário
Única News

Divulgação

O ex-governador Silval Babosa demostrou estranheza com relação à declaração da senadora Selma Arruda (PSL) que, na última semana, chamou o acordo de colaboração premiada firmado entre ele e o Supremo Tribunal Federal de ‘presente de papai-noel’. Silval diz não entender esse posicionamento, já que foi a parlamentar, quando exercia a função de juíza, que determinou os termos de sua condenação.

O ex-governador foi condenado, no âmbito da Operação Sodoma, a 14 anos de prisão. A operação investiga grande esquema de pagamento de propinas e desvio de recursos públicos durante a gestão do ex-governador, Silval cumpria, desde 2017, prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em Matupá. Antes disso, ele ficou recluso por quase dois anos no Centro de Custódia da Capital (CCC).

“Selma questionou dizendo que eu fui 'premiado', mas foi ela quem arbitrou o que ela achou que eu cometi de ilícito, ela que decretou perdimento e ela que me tirou do CCC e me mandou para casa”, diz Silval.

Ele questiona, ainda, como pode estar em uma situação confortável, sendo que cumpriu três anos e oito meses de prisão. “Continuo de tornozeleira. Tem mais um tempo ainda e vou cumprir, não estou em situação confortável. Estou contribuindo com a justiça daquilo que eu cometi de atos ilícitos com mais pessoas e empresas. Relatei para passar o estado a limpo”, conta Silval, que diz estar arrependido dos crimes que cometeu em nome de um grupo político e por isso quer recomeçar a vida do zero.

Silval também destaca que está devolvendo aos cofres públicos muito mais do que se apropriou. "Estou devolvendo bens com valor infinitamente maior do que aquilo de que eu me apropriei. Entreguei bem da família adquirido pelo período de mais de 25 anos (fazenda em Peixoto de Azevedo). São R$ 80 milhões que estou devolvendo. Quem tem que devolver e estão devolvendo, são as empresas. Já foi recuperado, através da minha colaboração, mais de R$ 2 bilhões e meio", disse.

Ele passou para o regime semiaberto, em decisão proferida nesta terça-feira (21), pelo juiz da Vara de Execuções Penais, Geraldo Fernandes Fidelis Neto. Agora, Silval vai trabalhar na empresa de comunicação da família, a matriz da Tupi Comunicações LTDA, que fica na Capital.