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Terça-feira, 18 de Junho de 2019, 13h:27

Segundo delegado, celulares que entravam na PCE eram para o Comando Vermelho

Claryssa Amorim
Única News

(Foto: Dafinny Delgado)

Em entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (18), após a Operação Assepsia na Penitenciária do Estado (PCE), o delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Frederico Ferdinando Murta, confirmou que os 86 celulares apreendidos no dia 6 de junho no fundo falso de um frezeer, seriam destinados para líderes do Comando Vermelho dentro da unidade.

Na operação deflagrada, na manhã desta segunda-feira, foram cumpridos sete mandados de prisão, entre eles estão contra o diretor da PCE, Revétrio Francisco da Costa, o sub-diretor e três policiais militares da Rotam. Além de oito mandado de busca e apreensão na sala do diretor e em celas.

Segundo Murta, eles são suspeitos de facilitar a entrada de celulares na unidade prisional. Ainda não se sabe o tempo exato da relação entre os agentes penitenciários e os policiais, mas que o esquema era antigo.

"Os militares foram presos porque foi comprovado o envolvimento deles com esses criminosos [detentos] para promover a entrada desses aparelhos. Já sobre a conduta e qual crime especificamente eles vão responder, só é possível afirmar depois da oitiva deles", esclareceu.

Imagens do circuito interno mostra toda a ação do diretor com os policiais na entrada dos celulares, inclusive, uma reunião entre os policiais, o diretor da penitenciária e um preso, que receberia os aparelhos.

Conforme ainda a polícia, só será possível saber se havia alguma informação de fora da penitenciária na memória dos celulares, só depois que a perícia for concluída.

"É bastante precário falarmos do que seria feito com os aparelhos. O que nós conseguimos comprovar foi que os celulares estavam entrando arquitetados de alguma forma pelos agentes e que seriam destinos a liderançãs do Comando Vermelho", ressaltou.

As 15 ordens judiciais são pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foram expedidas depois de representação dos delegados e manifestação favorável do Ministério Público Estado, via o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO).