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Terça-feira, 09 de Julho de 2019, 17h:33

Pinheiro alfineta Mauro Mendes: ‘RGA é como decisão judicial. Não se discute, cumpre’

Euziany Teodoro
Única News

Gilberto Leite

A rusga entre o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e o governador Mauro Mendes (DEM), segue nos bastidores políticos e em constantes episódios públicos à imprensa. Em coletiva nesta terça-feira (09), Pinheiro alfinetou o governador em relação ao pagamento do Reajuste Geral Anual (RGA) da educação, um dos principais motivos que desencadearam a greve dos professores da rede estadual, paralisados desde 27 de maio.

Em Cuiabá, o RGA foi sancionado e pago aos servidores. No Estado, não há nem previsão. “RGA é pra pagar. Não podemos discutir. Pra mim, RGA é como decisão judicial: não se discute, se cumpre. Como eu posso avançar, exigir mais de um trabalhador que não se sente valorizado, respeitado e incentivado?”, questiona o prefeito.

O governador Mauro Mendes segue em negociação com os trabalhadores da educação, mas está irredutível quanto ao pagamento do reajuste. O governo alega que não há dinheiro em caixa e, além disso, deve se readequar ao limite de gastos com pessoal previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O limite é de 49%, mas, em Mato Grosso, está em 58%.

“O RGA é uma forma de promover valorização e estímulo. Não é aumento, não é reajuste, é recuperação de perdas inflacionárias, onde corroeu o poder de compra do trabalhador. Todo gestor bem-intencionado não vai discutir o direito sagrado, como o RGA, que inclusive tem respaldo legal e constitucional para isso”, afirmou Emanuel Pinheiro.

As alfinetadas não pararam por aí. Na última semana, Mendes criticou o fato de Emanuel Pinheiro realizar eventos para lançar obras. Para o governador, “é uma pouca vergonha” lançar obras. O certo seria montar eventos apenas na entrega para não gastar dinheiro público.

A resposta de Emanuel Pinheiro foi irônica. “Eu me lembro de julho de 2015 quando eu, deputado, estive ao lado do então prefeito Mauro Mendes lançando a obra do novo pronto socorro de Cuiabá. Não me sinto ofendido. Sinto que é um momento de estresse do governador, porque não é fácil mesmo passar o que ele está passando. Acho que ele está precisando de tranquilidade”, disse ele, referindo-se ao momento turbulento que Mendes enfrenta, em meio à greve da educação.