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Quarta-feira, 17 de Julho de 2019, 15h:06

Cabo Gerson afirma que Ministério Público negou sua delação por envolver promotores

Claryssa Amorim
Única News

Alair Ribeiro/Midia News

Em novo depoimento no Fórum de Cuiabá, nesta quarta-feira (17), o cabo da Polícia Militar, Gerson Correa Junior, réu na ação penal sobre o esquema de escutas telefônicas ilegais, no âmbito do governo Pedro Taques (PSDB), afirmou que tentou fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE), mas foi impedido, segundo ele, porque haveriam promotores do órgão envolvidos no esquema.

Cabo Gerson conta que, em seu primeiro interrogatório, foi muito bem aceito pelo promotor Allan Sidney do Ó Souza (Alan do Ó), mas, ao citar de “forma superficial” o envolvimento de promotores, em um segundo interrogatório, esse mesmo promotor passou a “esculachar” seu advogado.

“Busquei junto ao dr Alan do Ó, bati na porta do MPE, no intuito de tentar um acordo com MPE. No entanto, isso aconteceu durante meu primeiro interrogatório. Interrogatório esse que o promotor à época tratou com muito louvor, dizendo que esclareci fatos da grampolândia. E o mesmo promotor veio com garra, dizendo que sou um mentiroso, que entrei em contradição”.

“As tratativas foram bem recebidas pelo promotor e isso me deixou cheio de esperança, visto a quantidade de provas que subsidiaram a nossa narrativa. Por ironia do destino, como um tapa na nossa cara, o procurador, que parecia o advogado dos promotores, negou o acordo alegando que eram fatos 'requentados'”, acrescentou.

Os reinterrogatórios de Cabo Gerson, coronel Evandro Lesco e coronel Zaqueu Barbosa, começaram na terça-feira (16). Os três afirmam, pela primeira vez oficialmente, que os responsáveis diretos pelo esquema eram Pedro Taques e seu primo, ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques.

“E, por graça de Deus, ontem, eles corroboraram com as minhas declarações”, comemorou Gerson, que, desde o primeiro depoimento, teria apontado os primos como os responsáveis pela Grampolândia Pantaneira. (Tempo real / Mídia News)