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Terça-feira, 06 de Agosto de 2019, 08h:50

Servidores da educação resistem ao corte de ponto e mantém greve em Mato Grosso

Fernanda Nazário
Única News

Os servidores da educação, que estão paralisados há 71 dias, decidiram manter a greve por tempo indeterminado em Mato Grosso. A decisão foi tomada pelos representantes de 79 municípios presentes na Assembleia Geral, realizada no início da tarde desta segunda-feira (05), em frente à sede do Tribunal Regional do Trabalho, em Cuiabá.

Em entrevista à Rádio Capital, nesta terça-feira (06), o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes, informou que a categoria deliberou pela manutenção da greve antes de ser informada da proposta feita pelo governador Mauro Mendes (DEM).

A nova proposta foi apresentada por Mendes a um grupo de deputados estaduais na tarde de segunda-feira, na Assembleia Legislativa. No entanto, a informação não chegou até os servidores da educação a tempo de apreciarem. Com isso, eles deliberaram pela continuidade da greve.

A proposta consiste em conceder reajustes e ganhos reais aos servidores do Estado, conforme as finanças se adequarem aos limites previstos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê que 49% da receita corrente líquida seja usada para pagamento de folha salarial. Hoje, o Estado gasta 58% com a folha.

Por meio de nota, o sindicato disse que a ausência de proposta para o cumprimento da Lei 510/2013, que aumento o salarial da classe em 7,69%, foi o fator fundamental para a tomada de decisão. Além disso, o decreto de ilegalidade do movimento emitido pela desembargadora Maria Erotildes Kneip, ampliou a indignação dos trabalhadores, o que contribuiu pela manutenção da maior greve da história do estado.

Confira a nota:

Profissionais da educação em greve votaram pela resistência apesar da truculência. A Greve Continua!

A greve continua na rede estadual de Educação, apesar do corte de ponto, da ameaça de demissões, os profissionais da educação resistem e não regridem permanecendo na luta maior por diretos. A resposta foi manifestada pelos representantes de 79 municípios presentes e profissionais da categoria, que vieram em caravanas participar da Assembleia Geral chamada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), nesta segunda-feira (05.08), em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Centro Político Administrativo, em Cuiabá.

A ausência de proposta para o cumprimento da Lei 510/2013 foi o fator fundamental para a continuidade do movimento paredista que está há 71 dias mobilizado na maior greve da história dos 54 anos do Sintep/MT. O decreto de ilegalidade da greve emitido pela desembargadora Maria Erotildes Kneip, ampliou a indignação dos trabalhadores.

Motivados também pela própria legislação, pois as argumentações do governo consideraram parte das leis, e desconsiderando outras, a categoria continua reivindicando uma proposta do governo. Fortalecidos por pareceres financeiros do estado, além do posicionamento do governo federal, quando desconsiderou o decreto de calamidade de Mauro Mendes, exigem uma proposta que assegure o direito aos percentuais (7,69%) da Lei.

“As ameaças imprimem apenas o perfil do governo, que prefere punir os trabalhadores da educação com o corte de ponto, quando lutam pelos direitos, ao invés de apresentar proposta que assegure a lei 510/2013”, destacou o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira.

Os profissionais que participaram da Assembleia seguiram as manifestações em Ato Público. Em passeata saíram do TRT seguiram pela avenida Rubens de Mendonça, sentido bairro CPA, subiram o viaduto da Secretaria de Fazenda, passaram em frente a Secretaria de Estado de Educação, Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Palácio Paiaguás e Tribunal de Contas, finalizando no ponto inicial, onde permanecem acampados.

A todo o momento os profissionais manifestaram a revolta ao governo Mauro Mendes e com base nas considerações e possibilidade de cumprimento da Lei 510/2013, insistem que o governo apresente proposta. “Sabemos que os pais estão preocupados, mas podem ficar tranquilos que estão assegurados os 200 dias letivos e as 800 horas. É um preceito legal e o calendário será cumprido assim que finalizar a greve”, concluiu Valdeir.