(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (23), durante discurso em comemoração ao dia do soldado, que a missão de desenvolver e defender a Amazônia é "árdua".
Bolsonaro participou da solenidade no quartel-general do Exército, em Brasília. Ao lado de oficiais das Forças Armadas, ele citou frase proferida na década de 70 pelo general Rodrigo Octavio Jordão, que chefiou o comando militar da Amazônia, sobre a proteção da região.
"Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la” , disse o presidente.
Diante do alastramento das queimadas na floresta amazônica nos últimos dias, o governo vem sendo alvo de cobranças dentro e fora do Brasil, com críticas de celebridades, sociedade civil e líderes de outros países. O presidente da França, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, defenderam discutir a situação da Amazônia em reunião do G7 (grupo dos sete países mais ricos, que não engloba o Brasil).
Bolsonaro criticou pelas redes sociais a fala de Macron. Segundo ele, o comentário reflete “mentalidade colonialista descabida”.
O presidente costuma dizer, em discursos e entrevistas, que países estrangeiros têm interesse nos recursos da Amazônia e ameaçam a soberania do Brasil. Nesta semana, ele chegou a levantar a suspeita de que organizações não-governamentais (ONGs) estariam por trás dos incêndios, a fim de prejudicá-lo. O presidente não apresentou provas das alegações.
No discurso no Exército, Bolsonaro afirmou que o Brasil agora está "sob nova direção" e, por isso, o país vive "dores do parto, para que surja uma nova vida".
O presidente chegou à solenidade acompanhado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Mais cedo, ao deixar a residência oficial do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que a tendência é o governo enviar as Forças Armadas para conter os incêndios na floresta.
Comandante do Exército
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
General Edson Leal Pujol na cerimônia em que assumiu o comando do Exército.
O comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, discursou antes de Bolsonaro na solenidade.
Ele disse que os soldados brasileiros estão prontos para repelir qualquer tipo de ameaça à Amazônia.
“Aos incautos que insistem em tutelar os desígnios da brasileira Amazônia, não se enganem. Os soldados do Exército de Caxias estarão sempre atentos e vigilantes, prontos para defender e repelir qualquer tipo de ameaça”, afirmou Pujol.