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Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019, 11h:59

Mauro diz que salários não foram pagos porque escolas não comprovaram reposição

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Cristiano Antonucci

O governador Mauro Mendes (DEM) rebateu, durante entrevista à TV Centro América, nesta sexta-feira (23), as declarações do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), que afirmaram se tratar de uma retaliação o não pagamento do corte de ponto, que estava combinado para o dia 20 de agosto. Segundo Mendes, isso é “conversa fiada”.

Após 75 dias em greve, os servidores retornaram às aulas e aguardam o pagamento dos salários de maio e junho, que foram suspensos pelo governo, com aval da Justiça.

O governador explicou que os vencimentos não foram pagos no dia 20 porque os servidores não cumpriram o acordo. “Na verdade, isso é conversa fiada. O que foi acordado com o Sindicato é que os servidores teriam que assinar um termo nas escolas, se comprometendo oficialmente e legalmente a repor essas aulas, mediante a esse termo o Estado ia fazer essa reposição dos salários cortados. Acontece que até o dia de fechar a folha para fazer esse pagamento, muitas escolas não encaminharam e o governo não pagou. Quem encaminhou esse termo já recebeu”, disse o gestor.

A devolução dos salários dos trabalhadores foi firmada da seguinte forma: dia 20 de agosto de 2019 – corte de pagamento de salário de maio de junho. Dia 10 de setembro de 2019 – pagamento referente a corte de julho e salário de agosto. Conforme o Sintep, no entanto, número significativo de trabalhadores/as da Educação não tiveram os seus subsídios depositados como prometeu o governo.

A greve, iniciada em 27 de maio, chegou ao fim em 9 de agosto, após os profissionais aceitarem proposta do Governo do Estado que prevê aumento salarial conforme aumento da receita e equilíbrio do fluxo de caixa do Executivo. Os professores reivindicavam o cumprimento da lei 510/13, a “Lei da Dobra”, que prevê aumento de 7,69% no salário dos servidores, assim como o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA).

Desde o início da paralisação, Mauro afirmava sistematicamente que o Estado não pode conceder qualquer aumento aos servidores, pois o Estado extrapolou todos os limites da LRF. Conforme ele, ainda não há previsão de quando o estado terá suas contas equilibradas.

“Lamentavelmente, nossa situação não é uma situação muita boa. Nós temos trabalhado para recuperar essa capacidade financeira, botar as finanças em dia, tomamos medidas, alguns chamam de duras, eu chamo de necessárias, para nós reorganizarmos o Estado. Tivemos aí alguns embates difíceis com os servidores, porque nós falamos com muita clareza: não dá para dar aumento porque o Estado está com muitas contas atrasadas. Então, nós temos que priorizar a recuperação do Estado, se não a gente vai ficar dando aumento e atrasando salários. Estamos longe de estar bem, mas está dando sinais gradativos e lentos”