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Segunda-feira, 30 de Setembro de 2019, 10h:19

Aras faz menos trocas que Dodge nas chefias do Ministério Público Federal nos estados

Novo procurador-geral da República substituiu 15 dos 32 titulares de procuradorias da República, enquanto antecessora havia feito 21 mudanças. 'Diário Oficial da União' divulgou nomes nesta segunda.

Por Felipe Néri, G1

(Foto: Pedro França/Agência Senado)

O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu fazer menos mudanças no comando das procuradorias regionais e estaduais da República do que a sua antecessora, Raquel Dodge, havia feito ao assumir o posto.

As trocas, publicadas nesta segunda-feira (30) no “Diário Oficial da União”, se referem a cargos comissionados que dependem da escolha de quem ocupa o posto máximo da Procuradoria Geral da República (PGR).

Aras trocou 15 dos 32 chefes titulares das procuradorias da República das 5 regiões e das 27 unidades da federação. Os outros 17 permanecerão no cargo.

Em 2017, dias após assumir como procuradora-geral da República, Raquel Dodge manteve somente 11 dos chefes da procuradoria nas regiões e nos estados, e trocou outros 21 — a mudança foi de quase dois terços do total.

 

Chefe em Goiás será secretário de Direitos Humanos

 

Dentre os procuradores que permanecerão no comando de equipes após Aras assumir a PGR, está Ailton Benedito de Souza, que chefia a Procuradoria da República em Goiás.

Na edição desta segunda-feira do "Diário Oficial da União", a mesma em que Ailton Benedito é renomeado para o cargo que já ocupava, ele foi nomeado para a função de Secretário de Direitos Humanos e Defesa Coletiva da PGR.

Entusiasta do regime militar (1964-1985), conforme publicou em uma rede social em 31 de março deste ano ao comemorar o golpe de 1964, Ailton Benedito chegou a ser indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para compor a Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.

O nome do procurador, no entanto, foi rejeitado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal para integrar o colegiado. O grupo foi criado em 1995 para reconhecer desaparecidos por atividades políticas entre 1961 e 1979, período que engloba parte da ditadura militar até o ano em que foi promulgada a Lei da Anistia.

 

Nomeação do secretário-geral do MPU

 

Na última sexta-feira, em um dos primeiros atos como procurador-geral da República, Aras nomeou o subprocurador aposentado Eitel Santiago de Brito Pereira para o cargo de secretário-geral do Ministério Público da União (MPU).

Em 2018, o novo secretário concorreu nas eleições para deputado federal pela Paraíba e apoiou o então candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Em mensagem postada nas redes sociais, Eitel também já defendeu a tese de que o golpe militar de 1964 foi uma "revolução" da população brasileira para impedir uma "doutrina comunista" e uma "ditadura socialista" no país.