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Quarta-feira, 06 de Novembro de 2019, 08h:59

Vinte e nove municípios mato-grossenses podem ser extintos com projeto de Bolsonaro

Claryssa Amorim
Única News

(Foto: Reprodução/EBC)

Dos 141 municípios de Mato Grosso, 29 podem ser extintos, após apresentação de uma proposta do presidente Jair Bolsonaro (PSL), ser entregue ao Congresso Nacional, nessa terça-feira (5). O projeto consta em uma das três Propostas de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo.

Segundo a proposta do presidente, municípios que tiverem menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total, devem ser incluídos ao município vizinho, a partir de 2026.

Bolsonaro esclarece que a medida promoverá o fortalecimento da federação e maior autonomia para gestão de recursos. 
Em Mato Grosso, segundo a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), são 34 municípios com população a baixo de 5 mil habitantes. Já dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que são 29 municípios com população menor que 5 mil, que são:

• Santo Antônio do Leste: 3.754

• Canabrava do Norte: 4.786

• São Pedro da Cipa: 4.158

• Nova Guarita: 4.932

• Santa Carmem: 4.085

• São José do Povo: 3.592

• Novo Horizonte do Norte: 3.749

• Conquista d'Oeste: 3.385

• Rondolândia: 3.604

• Nova Brasilândia: 4.587

• Itaúba: 4.575

• Tesouro: 3.418

• Nova Nazaré: 3.029

• Nova Santa Helena: 3.468

• Torixoréu: 4.071

• União do Sul: 3.760

• Figueirópolis d'Oeste: 3.796

• Salto do Céu: 3.908

• Santa Rita do Trivelato: 2.491

• Nova Marilândia: 2.951

• Santo Afonso: 2.991

• Vale de São Domingos: 3.052

• Araguaiana: 3.197

• Porto Estrela: 3.649

• Glória d'Oeste: 3.135

• Indiavaí: 2.397

• Reserva do Cabaçal: 2.572

• Planalto da Serra: 2.726

• Novo Santo Antônio: 2.005

Conforme dados ainda do IBGE, no Brasil, 1.254 municípios se encaixam no pacto federativo, o que representa quase um em cada quatro municípios, estimando 5.570 cidades.

A PEC do Pacto Federativo prevê ainda outras mudanças, além da extinção de municípios. Entre eles são, a extinção do Plano Plurianual (PPA); benefícios tributários serão reavaliados a cada quatro anos; União ficará proibida de socorrer com recursos de dificuldades fiscal-financeiras, entre outros.

O presidente da AMM, Neurilan Fraga, disse que, se considerar apenas as receitas IPTU, ISS e ITBI, um número significativo de municípios não afere os 10% da receita total. Ele disse que inclusive, existem capitais que atingem a receita total com a arrecadação própria. Na sua avaliação, considerando a localização dos municípios de Mato grosso, a situação se agrava ainda mais. Ele exemplificou Rondolândia distante há mais de mil quilômetros de Cuiabá. 

“Se Rondolândia deixar de ser município, ficaria incorporado a Colniza. Imagine a dificuldade do prefeito, para prestar os serviços á população com o transporte escolar, postos de saúde, coleta de lixo, infraestrutura e outros essenciais. E como ficariam os servidores destes municípios? Olha o transtorno que isso provocaria. Recebemos com surpresa esta proposta. Estamos analisando com muita cautela, mas de pronto, a nossa posição é contraria a extinção dos municípios de Mato Grosso” disse ele.