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Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2020, 13h:45

Bolsonaro pede que seu vice-líder seja candidato a senador na vaga de Selma

Ana Adélia Jácomo
Única News

Reprodução

Lideranças ligadas ao presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) sugerem que o deputado federal por Mato Grosso, José Medeiros (Podemos), dispute a eleição suplementar para o cargo de senador, que deve ocorrer até abril. O próprio presidente já teria demonstrado simpatia pelo projeto.

O apoio de Bolsonaro endossa ainda mais o desejo da legenda de manter seu espaço em Brasília, após Selma Arruda (Podemos) ter tido o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico e caixa dois nas eleições de 2018.

A articulação política está intensa dentro da agremiação, que já “bateu o martelo” e deve lançar nos próximos meses o nome de Medeiros como candidato à eleição suplementar. Apesar da definição, o Podemos se mantém reservado e não comenta publicamente o fato. Alguns afirmam que a discrição se dá em respeito à Selma Arruda, já que ela irá protocolar dia 22 de janeiro um embargo de declaração, na tentativa de se manter no cargo.

Outros, defendem que ainda não é o momento de lançar um candidato, já que há diversos nomes sendo cotados em Mato Grosso para entrar na disputa. Lançar um nome nesse momento, poderia “queimar a largada” e daria mais tempo para que os adversários se articulassem para inviabilizar qualquer candidatura.

Reticente sobre a disputa, Medeiros afirmou nessa quinta-feira (16) que o partido quer manter o espaço no Senado, contudo, a orientação do senador Álvaro Dias, que é líder da agremiação no Senado, e da presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu, é para que o grupo político fique focado na defesa de Selma.

Vice-líder do presidente Jair Bolsonaro na Câmara Federal, Medeiros é policial rodoviário federal e foi eleito em 2018 com 82.528 mil votos, sendo o segundo mais votado em Mato Grosso no primeiro pleito que disputou. No Senado, ele tem o apoio do grupo “Muda Senado”, formado por 21 parlamentares de várias legendas diferentes, como o próprio Podemos, Cidadania e PSL.

O grupo defende total renovação política no país e ampla reforma no Judiciário. Esse grupo, segundo informações de bastidores, estaria fechando em apoio à possível candidatura de Medeiros. Nos últimos dias, vários nomes têm sido citados como pretensos candidatos, inclusive o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) e o candidato derrotado ao cargo em 2018, o chefe do escritório de representação do estado em Brasília, Carlos Fávaro (PSD), terceiro colocado na disputa de 2018 pelo Senado.

Inclusive, o governador Mauro Mendes (DEM) defende que a vaga da senadora seja imediatamente destinada a Fávaro. Ele entrou com pedido de liminar (provisório) alegando que Mato Grosso não poderia ficar sem representatividade no Senado Federal, estando com apenas dois de três senadores em plenário.

Possíveis candidatos

Além de Medeiros, Pivetta e Fávaro, são cotados para a eleição suplementar: o deputado federal Nelson Barbudo (PSL), Carlos Bezerra (MDB) e Leonardo Albuquerque (SD); o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho; os deputados estaduais Elizeu Nascimento (DC), Lúdio Cabral (PT), Max Russi (PSB), Silvio Fávero (PSL) e Dilmar Dal'Bosco (DEM); a superintendente do Procon, Gisela Simona; o ex-ministro Blairo Maggi; o ex-senador Cidinho Santos; o deputado federal Nilson Leitão (PSDB); o ex-governador Pedro Taques (PSDB); o ex-prefeito de Rondonópolis Adilson Sachetti (PRB), o ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT) e o vereador por Cuiabá, Mário Nadaf (PV).

A eleição

A disputa suplementar ainda não tem data definida para ocorrer. Sabe-se que o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) se reúne em 22 de janeiro, em sessão plenária, para definir o pleito. A data mais provável é 26 de abril, no entanto, não é oficial.