Aline Almeida
Única News
O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) voltou a criticar a falta de diálogo no partido e não descarta a debandada de vários correligionários. Debandada essa que pode ser, segundo ele, reforçada com a possível federação entre o União, o Partido Progressita e o Avante. Se a articulação for concretizada, a legenda ampliará significativamente sua influência no Legislativo. Na Câmara, o União Brasil é dono da terceira maior bancada, com 59 deputados.Eventual federação com o PP e o Avante, contudo, poderá resultar numa representação com 115 deputados. Atualmente, o PL detém a maior bancada da Casa, com 99 parlamentares.
"Vejo com muita triseza. Nós sequer conseguimos organizar o União Brasil em Mato Grosso, ainda somos apenas uma comissão provisória estadual. Não levamos o nosso partido a nenhum dos 141 municípios. Não existe o União Brasil em Acorizal, Tangará, em nenhum dos 141 municípios. Nem sequer organizamos o União e já tem essa possibilidade de fazer uma federação com Partido Popular e com o Avante", disse em entrevista ao Jornal do Meio Dia.
Para o deputado, a federação quer apenas os "grandões" da política. "Tem apenas finalidade de beneficiar os caciques de Brasília. Meio estranho de criar uma grande bancada. Com essa possível federação vai mais de 100 deputados federais e 18 senadores. É mais como forma de negociar estatais, agências. Isso vem contrariar meu pensamento, sou político de tradição, de lealdade partidária. Depois da fusão do DEM e PSL, não houve diálogo".
Com esse cenário, Júlio não descarta sua saída do UB. "Se não conversar direito, teremos debandada muito grande, de companheiros que não concordam com isso. Até possibilidade de sair do partido. Tem vários convites, por enquanto estamos com UB. Mas nada impede, se não chegarmos em consenso de estudar a possibilidade, de deixar, com muita tristeza, o União", complementou.
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