Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Terça-feira, 28 de Maio de 2019, 09:50 - A | A

28 de Maio de 2019, 09h:50 - A | A

POLÍTICA / PELO WHATSAPP

Com medo de ser preso, Malouf ameaça ex-secretário: ‘Vou f... todo mundo’

Fernanda Nazário
Única News



Uma conversa pelo WhatsApp entre o empresário Alan Malouf e o então promotor de Justiça, Fábio Galindo, ex-secretário Executivo de Segurança Pública de Pedro Taques (PSDB), revela medo, revolta e ameaça, após descobertas as fraudes na Secretaria de Estado de Educação, em 2016.

Em trecho da conversa, mantida entre novembro e início de dezembro de 2016, um pouco antes de Malouf ser preso, mostra o empresário com medo do resultado das investigações. Ele pede ajuda ao então promotor para que intervenha no caso, alegando que Galindo tem influência para isso.

“Cara, estou desesperado. Tenho família. Estou com medo de ser preso. Você pode me ajudar a segurar isso. Você conhece todo mundo no Gaeco, você é amigo da Selma, você é respeitado”, diz o empresário em trecho da conversa.

Em resposta, Galindo diz que não existe uma forma de paralisar a investigação. “Alan, já te falei mil vezes, você não quer me escutar. Não existe isso de matar a investigação no peito. Esquece isso. Quem te fala isso tá vendendo sonho. Esse caso já é consolidado, já tem gente presa, está em ebulição. Isso não para. Não existe amizade que segure isso. Seu único caminho é correr, se antecipar, comparecer e apresentar suas provas".

Após a recusa do pedido de ajuda, Malouf ameaça Galindo. “Olha, vou ser bem sincero com você. Vou fuder (sic) todo mundo. Todo mundo. Inclusive você”. “Inclusive eu?”, questiona o então promotor.

“Você tá louco? Você sabe que nunca fiz nada de errado. A perseguição que sofro é por ter feito coisa certa e denunciado aqueles grampos. E esse calvário só vai acabar daqui 2 anos, quando esses caras desapearem do poder”, responde Galindo.

Alan Malouf confessou ter recebido R$ 260 mil, dividido em três ou quatro envelopes deixados na casa e na empresa dele. Ele é apontado como um dos líderes do esquema de desvio de verba da Seduc, a partir de fraudes em licitações para obras de escolas estaduais. 

O empresário foi condenado a 11 anos de prisão. Ele foi denunciado por Giovani Guizard em delação premiada homologada pelo STF. Guizard disse que Alan ficava com 25% da propina que era desviada em contratos entre empreiteiras e a Seduc. O esquema foi desbaratado na Operação Rêmora, que culminou na prisão do ex-secretário de Educação, Permínio Pinto, em 2016.

Aparentemente, Malouf seguiu o conselho de Galindo e “se adiantou”. Ele fechou delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2018. Permínio também fechou acordo de delação, em dezembro de 2017, homologada pelo STF.

No alvo das denúncias está o ex-governador Pedro Taques (PSDB). Segundo os delatores, o esquema na Seduc foi feito para pagar dívidas, com empresários, da campanha ao governo, em 2014, a título de Caixa 2.

 

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