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POLÍTICA Terça-feira, 11 de Junho de 2019, 16:40 - A | A

11 de Junho de 2019, 16h:40 - A | A

POLÍTICA / COMPRA DE VAGA NO TCE

Para Eder, Riva está em ‘momento de desespero’ e cabe a ele esclarecer declarações

Euziany Teodoro
Única News



O ex-secretário de Fazenda e ex-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Eder Morais, volta às notícias depois de depoimento do ex-deputado estadual, José Riva, que o envolve em esquema para compra de uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. De acordo com Riva, Eder teria usado de influência junto ao então governador, Blairo Maggi (PP), que tentou garantir para ele a cadeira de Alencar Soares.

Eder afirmou, em entrevista ao Única News, que pediu apoio político a Blairo Maggi, para quando surgisse uma vaga no TCE a ser ocupada por indicação do Executivo (a vaga de Alencar Soares era do legislativo), e garante que nunca se envolveu em qualquer esquema financeiro para comprar a cadeira na Corte.

“Vontade de ir pro TCE, à época, é um fato público e notório. Eu tinha vontade de ir. A indicação política, ela é uma indicação absolutamente normal em qualquer situação desta natureza. Eu pedi ao governador o apoio político. Nunca tratei, jamais tratei, nunca veio à baila, nunca foi discutido, entre eu o governador do Estado, qualquer situação financeira. Compra de cadeira: isso eu refuto de plano. Isso é uma falácia”, afirmou.

Ele lembra que é normal – e legal – o pedido de apoio político, assim como ocorre aos ministros do Superior Tribunal de Justiça, por exemplo, que geralmente vão ao Congresso pedir apoio à indicação de seus nomes.

“A indicação política não há porque ter qualquer reação a ela. Com relação à questão financeira, isso nunca foi tratado. Tanto que não estou lá. Se eu estivesse envolvido em qualquer relação não-republicana que tivesse surtido efeito, eu estaria lá (no TCE). Também não estou dizendo que ninguém comprou vaga, não. Isso é problema do legislativo”.

Para Eder, levando em conta o “momento de desespero” de José Riva, é compreensível a estratégia que traçou. “A narrativa do Riva cabe somente a ele provar. Falar por falar não resolve nada. Tanto que a delação dele nem foi aceita. Na colaboração unilateral, que ele fez agora, não tem obrigação de dizer a verdade. Ele está, e é compreensível, num momento de absoluto desespero pela liberdade dele. Respeito a estratégia dele, a forma como ele conduz os processos dele, mas isso só diz respeito a ele. Só ele pode explicar. Eu não tenho nada a ver com isso”, disse.

Em seu depoimento, Riva também lembra uma suposta reunião em que um advogado de Eder Morais, a quem ele não soube nominar, teria levado a proposta de pagar R$ 5 milhões a Junior Mendonça (que seria o braço financeiro de Blairo Maggi nas negociações), para que este não entregasse o esquema.

Eder ironiza. outra falácia. “Na época eu nem advogado constituído tinha. Eu não respondia nenhum processo. Alguém que tem uma memória de aço como ele tem, que lembra de detalhes como ele lembra, não lembra de quem era o advogado? Não merece a menor credibilidade essas declarações”.

Por fim, Sérgio Ricardo ficou com a vaga de Alencar Soares, pelo valor de R$ 11 milhões, assumindo a cadeira em 2012. Todo o esquema veio à tona na 5ª fase da Operação Ararath. Sérgio Ricardo pagou R$ 6 milhões e Riva, já eleito presidente da Mesa em 2010, ficou responsável por repassar os outros R$ 5 milhões, via superfaturamentos na Assembleia Legislativa. Valor que foi pago, aos poucos, até 2013.

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