Fernanda Nazário
Única News
O anuncio do fechamento por falta de efetivo de 16 delegacias da Polícia Judiciária Civil (PJC) em Mato Grosso não foi bem recebido por alguns deputados, principalmente por aqueles que são servidores da segurança pública. Para o parlamentar Claudinei de Souza Lopes (PSL), conhecido como Delegado Claudinei, o caminho ideal e contrário a medida do governador Mauro Mendes, seria a devolução às delegacias dos escrivães e investigadores cedidos a outros órgãos.
O efetivo atual de investigadores do Estado que estão na ativa é de 2.093, sendo que apenas 1.891 estão em atividade. Os demais profissionais da área de segurança estão à disposição de outros órgãos, afastados por causa de problemas de saúde ou atuando na parte administrativa da PJC.
“Vamos encontrar soluções. Vamos trazer então escrivães e investigadores cedidos para outras instituições”, sugere o deputado, que informa ter um investigador de sua confiança de Rondonópolis emprestado à seu gabinete. “Estou disposto a abrir mão dele, desde que todas as instituições façam o mesmo com os outros servidores da PJC”, acrescenta.
O parlamentar alega ainda que a população será a maior prejudicada com o fechamento das delegacias. “A gente sabe da dificuldade financeira do Estado, mas não podemos esquecer da população sofrida que já sofre com falta de saúde, educação precária no serviço público e agora ficar sem delegacias? A Polícia Civil também faz um trabalho social importante de cidadania. Ela ouve mulher que chegou espancada, criança que chegou estuprada ou idoso que está sendo maltratado”, diz o deputado, em defesa da manutenção das instituições.
Sobre as delegacias
Serão desativadas as delegacias dos municípios de Luciara, Novo Santo Antônio, Alto Paraguai, Nova Marilândia, Santo Afonso, Nova Lacerda, Bom Jesus do Araguaia, Ponte Branca, São José do Povo, Tesouro, Carlinda, Castanheira, União do Sul, Acorizal, Jangada, Nossa Senhora do Livramento. Os 46 policiais que atuam nessas delegacias serão remanejados para reforçar unidades de cidades mais próximas, que passarão a atender a eventuais demandas das delegacias fechadas.
Um estudo técnico realizado considerou a necessidade de suspensão das atividades dessas delegacias em razão de não apresentarem atendimento eficiente à sociedade, serem mantidas com média de dois a três policiais e gerarem custo financeiro anual de mais de R$ 840 mil - com aluguéis de prédios, energia elétrica e viaturas locadas.
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