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Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, se encontrou com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para tentar renegociar Brexit — Foto: Yves Herman/Reuters
A União Europeia não vai reabrir o acordo do Brexit firmado entre os líderes do bloco e Theresa May no ano passado. No entanto, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker concordou em manter conversas com a primeira-ministra do Reino Unido para verificar "se um caminho pode ser encontrado".
Os dois líderes se reuniram nesta quinta-feira (7) em Bruxelas, na Bélgica. May tentava rediscutir o acordo do Brexit com a liderança da União Europeia, depois que o Parlamento rejeitou a proposta da premiê em 15 de janeiro.
As conversas descritas como duras pela imprensa britânica não representaram nenhum avanço significativo para May. Principalmente porque a União Europeia continua determinada a não abrir o acordo.
Os dois líderes, porém, encarregaram suas equipes de trabalhar para saber "se pode ser encontrado um caminho que obteria o apoio mais amplo possível no Parlamento do Reino Unido e respeitaria" a posição da UE. Eles concordaram em se reencontrar antes do final do mês.
Relações entre May e UE esfriam
Um aperto de mãos frio com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na reunião desta tarde, foi pouco para esconder a tensão 50 dias antes de o Reino Unido deixar de vez a União Europeia – muito provavelmente sem acordo nenhum para manter o fluxo comercial.
Nenhum dos dois falou, e um repórter gritou aos dois líderes quando saíam: "Isto é o inferno, primeira-ministra?". Na quarta-feira o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que os defensores de um Brexit sem acordo merecem um "lugar especial no inferno" – uma demonstração explícita da frustração da União Europeia e que revoltou lideranças políticas.
Renegociação do acordo
Manifestantes a favor (ao fundo) e contra (à frente) o Brexit perto do PArlamento britânico, em Londres, em setembro — Foto: Reuters/Hannah McKay
O Parlamento, que rejeitou o pacto da premiê pela maioria mais expressiva da história britânica moderna, votou pela renegociação do acordo em 29 de janeiro. Os parlamentares substituíram uma cláusula que alguns temem poder manter a Irlanda do Norte, governada por Londres, sob as regras da UE indefinidamente – o que, na prática, manteria o Reino Unido vinculado ao bloco de alguma forma.
Líderes do bloco vêm repetindo que seria impossível substituir a cláusula, conhecida como "backstop". Eles argumentam que ela é necessária para que não haja uma fronteira dura entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda – país independente que integra a UE – o que já foi motivo de violência sectária.
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