09 de Julho de 2025
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ARTIGOS/UNICANEWS Sábado, 26 de Novembro de 2016, 20:08 - A | A

26 de Novembro de 2016, 20h:08 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / ONOFRE RIBEIRO

Mais do que urubus e aviões



            A frase é velha, mas sempre atual: “Há algo no ar além de urubus e dos aviões de carreira”. É do famoso Barão de Itararé, em 1895. Talvez sua rígida e provocante educação jesuíta tenham-no transformado em um cínico inigualável.

            Sua frase está atualíssima. A eleição de Dilma Rousseff abriu a discussão sobre a questionada gestão petista. Disse uma coisa e fez outra. Antes disso, apenas uma quase morna operação político-policial chamada “Mensalão” balançara os alicerces petistas. Porém, as pedaladas de Dilma somaram-se a uma quase anônima “Operação Lava Jato”, e o país viu nascer de um momento pro outro um princípio feroz de cidadania. O impeachment foi precedido de inesquecíveis protestos de rua com milhões de pessoas portando cartazes pedido ética , “fora Dilma”, “fora Lula”. Isso é extraordinário, porque um ano antes ambos eram ídolos populares.

            O impeachment foi um processo pesado em cima de um Congresso Nacional absolutamente cínico e conivente com todas as falcatruas possíveis. Temendo “a voz rouca das ruas”, percebido por Ulysses Guimarães na passagem da ditadura militar pra redemocratização, o Congresso tentou armações , mas não teve coragem de aplicá-las. Uma opinião pública embora nascente, deu o tom aos políticos desacreditados e jogou a sua imagem e a da política na vala do descrédito.

            Finalmente, um quase mumificado governo Temer assumiu sem discurso, sem rumo e pilotado por um mal-visto e mal-amado PMDB que descobriu pouquíssimo amado pela sociedade. Perdeu ministros, um a um enrolados na corrupção e no seu triste destino de banditismo. Nesta sexta-feira caiu um dos ídolos do PMDB, o ministro da articulação política, Geddel Vieira Lima, ex-PMDB-PT. O destino de Temer parece tristonho. Segurar a vela durante o próprio velório. Ventos fortes assopram.

            De tudo isso, uma questão parece real. A opinião pública brasileira existe.  Mais. Existe por si mesma. Não foi pela mídia tradicional, não foi pela política e nem pelas universidades que a opinião pública mobilizou o seu gigantesco elefante de poder.

            Encerro este artigo, que certamente, continuará nesses tempos tempestuosos que recomeçam. Re-nasce um Brasil. Parte das famigeradas Capitanias Hereditárias e deseja rápido entrar no século 21. “Há algo no ar mais do que urubus e aviões de carreira...”.

 

Reprodução / Internet

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  


Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br   www.onofreribeiro.com.br

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