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Tão logo se soube do resultado saído das urnas, a atenção agora se volta e se prende a disputa do segundo turno. Esta, embora seja um prolongamento da do primeiro turno, é, na verdade, uma nova disputa, com particularidades bem próprias. Tanto que os candidatos, que se mantêm na briga, procuram adequar suas falas e mudar suas táticas. São obrigados a fazerem isto. Ainda que não queiram, ou resistam a tais mudanças. Até para que cada um deles, à sua maneira e a seu jeito, neste início, venha a alcançar dois grandes e imediatos objetivos. Objetivos necessários e importantes para a vitória eleitoral.
Assim, o primeiro dos tais objetivos, e o mais difícil de ser alcançado, embora não impossível, diz respeito à conquista dos votos que foram parar nas contas do Mauro Lara, Renato Santana, Serys e na do Julier. Conquista nada fácil em razão da pluralidade desta fatia do eleitorado, somada as suas escolhas no primeiro turno. Pois esta fatia do eleitorado, em linhas gerais, recusou-se a votar tanto para o tucano quanto para o peemedebista. Recusa meramente pessoal, sem qualquer atrelamento ideológico ou algo do gênero, de não simpatia, de não aceitação.
Agora, no segundo turno, fará a escolha entre o Wilson Santos e o Emanuel Pinheiro. A menos que uma parcela dela prefira o votar em branco ou queira anular o voto (parcela bem pequenininha, quase não perceptível). Escolha, portanto, que passa primeiro pelo furar a barreira da rejeição. Isto torna bem mais difícil o trabalho de sedução desta fatia. Tanto que obriga os candidatos a mudarem de táticas. Mudança que passa a ser dificílima quando se depara com os discursos do primeiro turno, utilizados pelo tucano e pelo peemedebista.
Com relação ao segundo objetivo, e não menos relevante. Trata-se no atrair os partidos políticos derrotados no primeiro turno. Esta, não se tem dúvida, até pela contrapartida oferecida,é uma tarefa bem mais fácil. Bem mais fácil comparada à conquista do primeiro objetivo. Embora se saiba de antemão que o PSOL não irá apoiar nenhum dos candidatos. O PT tende a se aproximar do PMDB. Mesmo que não traga junto o PCdoB. O PTN pode se aliar ao PSDB, ao passo que o PRB deve ficar totalmente dividido. O mesmo se pode dizer com relação ao PDT, até em função das consequências do episódio que levou a migração do governador de suas fileiras para o ninho peessedebista.
A conquista dessas agremiações partidárias é importantíssima. Mesmo que se tem a clareza de que a imensa maioria do eleitorado não costuma seguir a orientação dos chefes políticos, tampouco costuma acompanhar os partidos políticos em uma disputa eleitoral. Mesmo assim, a conquista das agremiações é imprescindível. Bem mais quando se observa que, historicamente, o vencedor das eleições de Cuiabá, bem como o da própria eleição a governador, foi sempre o candidato com maior número de partidos em sua aliança. Ter maior número de siglas partidárias ‘vende‘ a ideia de agregador, além de dar mais volume a campanha. Muitos eleitores são seduzidos em razão desta situação. É isto.
Lourembergue Alves é professor universitário. E-mail: [email protected].
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