13 de Novembro de 2024
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ARTIGOS/UNICANEWS Quarta-feira, 26 de Outubro de 2016, 10:46 - A | A

26 de Outubro de 2016, 10h:46 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / DANIEL GRANDINETTI

Para superar o medo de falhar

Daniel Grandinetti - Psicólogo Clínico



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O medo de falhar nos assombra. Ele faz com que a falha, existente apenas como possível, se realize em pensamento. Com o pensamento preso à antecipação de uma falha que pode nem ocorrer, não nos envolvemos adequadamente com o que fazemos. Consequentemente, as chances de falharmos aumentam. Apesar disso, o sucesso é sempre possível. E se nos saímos bem sucedidos, a angústia do medo reverte-se no contentamento do alívio. Por isso, é natural crermos que repetidas experiências bem sucedidas curem o medo da falha.

 

Não é bem assim. Sucessivas experiências bem sucedidas tornam o sucesso habitual. Habituados ao sucesso, esperamos por ele com a naturalidade de quem espera o dia após a noite. Contudo, quando uma falha quebra a sequência bem-sucedida, damo-nos conta de termos nos acostumado ao sucesso ao invés de termos superado o medo da falha. Basta a ocorrência de uma única falha para nos sentirmos como se tivéssemos acordado de um sonho. Estivemos tão acomodados ao sucesso que começamos a agir mecanicamente, sem nos envolvermos no que fazíamos, exatamente quando o medo de falhar nos assombrava. E por isso falhamos novamente. Novamente falhos, vemo-nos mais uma vez amedrontados pela possibilidade de falharmos no futuro. E assim nos damos conta de jamais termos superado o medo.

 

Tememos a falha porque uma experiência mal sucedida fortalece na imaginação a possibilidade de falharmos indefinidamente, ou ao menos de experimentarmos muitas dificuldades em experiências futuras. Essa possibilidade, uma vez fortalecida na imaginação, se torna a fantasia da impotência absoluta. E ela se faz ainda mais aguda por acreditarmos estarmos sozinhos. Atribuímos a cada pessoa que vemos habilidades e faculdades que lhes capacitam a executar com facilidade a tarefa para a qual agora julgamo-nos impotentes. Tudo parece muito mais simples aos outros que a nós.

 

Uma sequência de experiências bem sucedidas enfraquece essa fantasia, mas não elimina a insegurança que a fomenta. Prova disso é o envaidecimento que acompanha o sucesso. Experiências bem sucedidas aliviam a tensão da insegurança. Alegres e satisfeitos com nossa performance, projetamos a possibilidade de sermos bem sucedidos sempre daqui para frente. Inebriados pela fantasia da potência ilimitada, projetamos no futuro uma imagem infinitamente bem sucedida de nós mesmos. A esse eu futuro bem sucedido atribuímos uma autoestima indefinidamente elevada. Porém, essa autoestima pertence a um eu ainda inexistente; está condicionada a feitos ainda não realizados. Mas experimentamo-la antecipadamente, como se já real fosse. E assim nos envaidecemos. “Vaidade” é a fruição de uma autoestima que ainda não possuímos, relacionada a feitos jamais realizados. Ela aparece como compensação à autoestima fragilizada pela insegurança quanto às nossas performances futuras.

 

A vaidade é sinal de que mesmo na experiência do sucesso o medo de falhar sobrevive. Por isso não há sequência bem sucedida que possa por si só eliminá-lo. Habituados ao sucesso, confiamos nele. Mas, a confiança no sucesso não supera o medo. Para superá-lo, é necessário confiar no sucesso apenas como possível, e confiar na possibilidade do sucesso é saber que o fracasso também é uma possibilidade. Não há certeza nem do sucesso e nem do fracasso, apenas o sucesso e o fracasso possíveis. E se o sucesso e o fracasso são sempre possíveis, devemos apenas nos envolver com o que estamos fazendo, apreciando o momento ao máximo. Se falharmos, levaremos o sublime prêmio de termos aproveitado nosso tempo, e ainda nos consolaremos na serena confiança de que o sucesso será possível na próxima vez.

 

Daniel Grandinetti - Psicólogo clínico

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