Na última sexta-feira o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural-Senar-MT, promoveu a segunda edição do evento "CresceMT – Educação pra um novo tempo". Estive lá e me impressionei com o novo mundo da educação brasileira que começa a tomar forma dentro e fora das escolas. Do ponto de vista pública, não! O poder público ainda considera a educação como um "caça níquel" que se chamaria bem de "caça votos". Educação ruim, população com baixo nível crítico e incapaz, portanto, de ter senso crítico na sua cidadania. Traduzindo: povo mal educado, voto barato!
Neste artigo gostaria de ater-me à provocação deixada na abertura e no fechamento do evento pelo presidente do Sistema Federação da Agricultura – Famato, ao qual o Senar está vinculado. Rui Prado apelou aos educadores presentes ao evento, num tom dramático: "precisamos que vocês nos ajudem. O setor agro evolui em tecnologia e conhecimento, mas não tem gente adequada pra trabalhar". Na fala de encerramento, Rui Prado chegou a ser dramático nessa questão. O Senar fica limitado no seu papel de educação para as atividades rurais, porque seus cursos são objetivos e de curta duração. Mas o aluno chega lá tão sem formação, que os cursos terminam ineficazes porque o aluno não assimila o mínimo do conteúdo. Os dados recentes da avaliação nas escolas brasileiras e de Mato Grosso indicam isso claramente.
Todos os palestrantes do seminário são especialistas com muita profundidade nas respectivas abordagens. O problema não é o aluno. Em nenhum momento. No conflito atual do aluno em razão da tecnologia versus sala de aula e quadro negro, gera um distanciamento irrecuperável entre escola e aluno.
O professor José Pacheco, por exemplo, um grande educador em áreas de conflitos sociais em Portugal e no Brasil abrangendo o ensino fundamental, de um lado é otimista e de outro é pessimista. A educação, do ponto de vista oficial, é gerada em gabinetes fechados por "especialistas" teóricos e distantes da sala de aula atual. "Melhor que não existisse o Ministério da Educação", disse ele. Todos os professores que passaram por lá admitem que a tecnologia é fundamental. Não se separa mais o jovem do smartfone. É o seu canal de contato com o mundo.
Porém, todos, sem exceção focaram num ponto: a essência da educação está no ensino fundamental, onde o aluno aprende a pensar, a ler e a discernir. A partir daí ele vai lidar com o mundo. Mas se nessa fase ele é maltratado, a vida lhe será um fardo pra sempre. Voltarei ao assunto.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
[email protected] www.onofreribeiro.com.br
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