João José Alencar

Tenho saudades das nossas conversas em que a lua era a única testemunha, em que passávamos minutos em silêncio, apenas com nossos olhos se contemplando. Eu, minuciosamente observava cada traço do seu rosto, para decorá-los no sentido mais pertinente da palavra, guardar os detalhes que lhe fazem tão bela, bem próximos do meu coração.
Tenho saudades daquele jeito de menina má, que acendia o pecado e me fazia suar frio, dominando meus pensamentos como pólvoras a causar estragos. Ainda sinto seu cheiro quando minha mente recorre ao passado em busca de momentos felizes, não há perfume melhor do que quando meu olfato percorria sua pele.
Sinto o gosto dos seus beijos ao provar uma taça com vinhos amadurecidos, os tons de desejo e luxúria, a cor avermelhada, o aroma de nostalgia, reunidos me remetem uma dose de paixão, ao apreciar cada gole, mesmo que não saiba, é minha boca encontrando a sua. Desses lábios lembro com carinho de certos “eu te amo” em pronúncias tímidas, ora por palavras sussurradas ao pé do ouvido, ora em melodias que compõe a nossa trilha sonora.
Recordo-me de cada momento da gestação de nosso amor. As primeiras palavras trocadas virtualmente, em que a cada nova mensagem recebida, vibrava com sorrisos em volume alto. Dos desencontros e primeiro encontro como presságios de um possível desastre, mas com algum capricho do destino ainda nos dizendo “persistam”. Da chuva que insistia a cair naquela noite, em que nosso abrigo era um pequeno céu de pedra e que finalmente a timidez se silenciou em um primeiro beijo.
Foram poucas as brigas, incrivelmente até nelas as palavras souberam se postar de maneira gentil. O tempo foi meu pior rival, nem sempre as peças se encaixam no momento certo, assim se fazem necessárias pausas. E se o cupido de fato tiver nos acertado, quem sabe aquele passado distante ganhe uma nova continuidade, talvez em um presente próximo.
Se nossa história não tiver novas temporadas, que nos reste às lembranças. A parte de mim que já foi sua e a parte de ti que já foi minha tatuaram em nossos corações alegrias, que nem o tempo, por mais tinhoso que seja, será capaz de remover. Onde há amor, não há solidão que se achegue, porque a semente que plantaste em meu coração precisa apenas ser regada novamente, para que nasça árvore de raiz fecunda. Aguardemos. Esperemos. A resposta virá quando não restar mais dúvidas.
Este material foi publicado originalmente no link http://livredemocracia.blogspot.com.br/2016/09/quantas-lembrancas-voce-me-propicia.html
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