Ana Cruz psicanalista
Se você acredita que um relacionamento saudável é aquele onde os parceiros se tornam um único corpo (incluindo aí as redes sociais), por favor, leia este texto.
Buenas, entende-se por relacionamento amoroso saudável aquele que na prática é pautado, basicamente, por amor e respeito mútuo. Digo basicamente pois acredito que ambos englobam uma série de elementos, por exemplo, amor implica em amizade/companheirismo, respeito em liberdade/confiança. Até aí tudo bem, no entanto o que se percebe é que sobram teorias, frases feitas no facebook e fotinhos categoria ‘casal feliz’ no instagram. Se as pessoas realmente praticassem o que pregam e vivessem o que publicam nas redes sociais, a sociedade apresentaria um outro cenário.
O homo sapiens atual – que parece mais regressivo do que evolutivo, reflete a filosofia pregada cada vez mais aos quatro ventos de que ‘tudo posso, o que interessa é satisfazer o meu desejo, azar do outro’ e compreende a concepção de amor e respeito de modo distorcido, fazendo-se valer, na verdade, a posse, o ciúme excessivo, a total insegurança, o controle gerando uma sucessão de processos de auto-sabotagem e a perpetuação de lixos emocionais, dentre uma gama de prejuízos. Oremos!
Pressão psicológica, intolerância, jogos emocionais, chiliques, chantagens e competições tornam-se cada vez mais comuns nas relações amorosas… e totalmente desgastantes. Atos periódicos de, no mínimo, desequilíbrio emocional. Não se conversa, e sim se joga as coisas na cara, e de preferência com 517 pedras na mão. Não se aceita o outro como ele é, e sim desde o primeiro beijo já se pensa em como fazer para mudá-lo em X aspectos que o tal ‘eu’ não curtiu. Não se confia totalmente, e sim se mantém com aquele pezinho atrás de que a qualquer momento irá se aprontar algo. É quase obrigatório fazer tudo juntos, passar o relatório de onde estava, o que fez, com quem. Vigília nas redes sociais. Ou seja, não se tem relações saudáveis, e sim cansativas e destrutivas. Parceiro vem, parceiro vai e ciclos que se repetem. Pergunto: precisa?
O eu, o outro e o nós: este mecanismo significa que um relacionamento consiste em 3 corpos e que cada um deles apresenta as suas responsabilidades, compromissos, atribuições de todas as esferas, e precisam ter o seu ESPAÇO, VOZ E PRIVACIDADE. Aqui impera o verdadeiro amor e respeito. O desejo real de construção. O eu e o outro alimentam o nós. Sim, AMBOS. Se para você esta logística parece irreal, ilusória e/ou impossível, sugiro começar uma reflexão profunda a respeito de si. Um bom texto para tal é o ‘Enfrentar-se’ aqui no blog. Porque isto é real, concreto e possível. Pelo menos para todo aquele que se desapega do ideal que tem de si e abre-se para reescrever e vivenciar um novo eu.
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