Diany Dias
O ano de 2016 não está sendo fácil para o servidor público. Marca disso é o fato de, neste dia do servidor (28 de outubro) não termos nem ideia de como vamos terminar o último trimestre tamanha a insegurança jurídica em que vivemos atualmente. Antes, a história era de que leis existem para serem cumpridas e agora o tom do Governo do Estado é de que leis podem ser adequadas (no caso, sempre em desfavor do funcionalismo e sem consultar suas entidades representativas).
Sabemos que este tem sido um ano de contingenciamento e períodos de trevas com avanços menores do que o que gostaríamos. Mas também tem sido um ano que mostrou aos servidores que juntos somos e podemos ser mais fortes e também temos muito a contribuir com a gestão estadual. A luta pelo pagamento integral da Revisão Geral Anual (RGA) foi, com certeza, só o começo de uma nova visão de postura de luta. Não pedimos apenas para ganhar o que nos é devido e sim apontamos caminhos para ajudar o Estado a sair da crise. Porém, sem termos nossas sugestões acatadas e colocadas em prática a tempo de evitar escalonamento salarial.
Mas enquanto o governo não ouve a voz dos servidores seu sindicato sim. E está sempre de portas abertas para que a base verifique o andamento das ações da gestão e também a ajudar a construir estratégias de combate ao desmando que está instalado no atual governo quando o assunto é a estrutura dos órgãos e a garantia do poder econômico do servidor. O Sintap teve mais do que a certeza neste ano de que pode contar com sua base para atender ao chamado de guerra que é o que vivemos neste momento. Os valentes servidores do Intermat e Indea ajudaram a fortalecer a união do funcionalismo público no sentido de acordar para novas lutas: principalmente a de garantir assento em cargos políticos para que, afinal, quem carrega os demais poderes do Estado nas costas: o servidor do Executivo, este sim, possa, finalmente, ter vez e voz!
Assim, faço um chamamento nesta data de que devemos ficar atentos quanto ao processo sutil de desmantelamento do Indea com a criação do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) e o fortalecimento do Programa Agro+ que visa “desburocratizar” para incrementar as exportações. Contudo, quando se fala em ‘desburocratizar’ leia-se afrouxar leis que, por serem rigorosas, demoram mais tempo para liberar um produto. Outro ponto é o da simpatia deste governo pela terceirização, a perspectiva assombrosa de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que prevê congelamento de investimentos em áreas essenciais do serviço público além de congelar salários por 20 anos.
É preciso estar sempre alerta para unir forças a todo momento para barrar o processo de sucateamento no Estado com a intenção de extinção do Intermat, órgão que tem potencial enorme de arrecadação e que tem sido visto como entrave a quem quer garantir terras de forma ilegal e de outros ataques ao serviço dessas autarquias diariamente através de Portarias publicadas sem consulta sindical e o cerceamento da participação do Sintap em assuntos essenciais ao servidor como o Banco de Horas e o cancelamento de concurso.
Diante dessas ameaças e de tantas outras que ainda podem vir se não falarmos nada e não agirmos em conjunto, pedimos que nossa base mantenha a esperança em dias melhores porque os governos passam, mas os servidores de carreira ficam. Vamos lutar para manter em pé nossa “casa” para que possamos seguir rumo a dias melhores após os aventureiros passarem! Não ganhamos todas as vezes em que lutamos mas perdemos todas as vezes em que deixamos de lutar! Quem sabe faz a hora, não espera acontecer! O Sintap somos todos nós!
*Diany Dias é presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap)
FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!