04 de Maio de 2025
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BRASIL Quinta-feira, 13 de Março de 2025, 15:11 - A | A

13 de Março de 2025, 15h:11 - A | A

BRASIL / CRIME DE LUXO

"Gangue do Rolex": Como agem quadrilhas especializadas em roubar relógios de luxo em SP

Grupos atuam preferencialmente em bairros de alto padrão, como Pinheiros e Jardim Paulistano. Eles monitoram possíveis vítimas nas entradas de shoppings e restaurantes.

José Mara Tomazela
Estadão



Uso de olheiros, monitoramento nas redes sociais e abordagens nas portas de shoppings e restaurantes. Essas são algumas das estratégias adotadas por quadrilhas especializadas em roubar relógios de luxo, cujo valor pode superar R$ 1 milhão. Investigações mostram que bandidos como os da Gangue do Rolex atuam em redes interligadas em mais de um Estado, com o objetivo de facilitar o repasse de itens roubados, e entraram na mira da polícia, que tem falado em intensificação das patrulhas.

Desde janeiro de 2021, ao menos 400 pessoas foram indiciadas por suspeita de participar de quadrilhas especializadas no roubo de relógios de luxo no Estado de São Paulo. Destas, 160 foram presas em flagrante e 190 foram alvo de pedidos de prisão provisória.

Só a 4ª Delegacia de Investigação de Crimes contra o Patrimônio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) cumpriu 622 mandados de busca contra suspeitos e prendeu 36 receptadores na capital paulista, que responde por mais de 80% dos casos.

Embora a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) não tenha estatística exclusiva sobre roubos de relógios de luxo, o número alto de ocorrências levou a Polícia Militar a intensificar o patrulhamento nas áreas mais vulneráveis a esse tipo de delito.

Conforme a pasta, os esforços para identificar e prender receptadores também foram intensificados, por meio de “ações de inteligência, com o objetivo de identificar os responsáveis por esses crimes e seus pontos de venda”.

Por serem “fortunas de pulso”, esses itens atraem o interesse das quadrilhas. Um relógio da suíça Jaeger-Le Coultre, do modelo Duometre, com caixa em ouro rosa e pulseira de couro de crocodilo, pode ser adquirido em São Paulo por R$ 1,3 milhão. Os modelos mais visados são os da marca Rolex.

Academias, restaurantes e shoppings de bairros nobres

No dia 25 de fevereiro, quatro integrantes de uma quadrilha especializada em roubo de joias e relógios de luxo foram presos em São Paulo. Eles agiam nos bairros Pinheiros e Jardim Paulistano, na zona oeste e cometiam os roubos em plena luz do dia.

No dia 14 do mesmo mês, um casal de turistas em um carro de aplicativo teve dois relógios de luxo levados por uma quadrilha armada no centro. A polícia monitorou o trajeto da corrida e constatou que o crime era cometido com o suporte de dois veículos. Enquanto um carro realizava a escolta, o suspeito de moto fazia o assalto. Com uma mochila nas costas, o motociclista se passava por entregador.

Um dos integrantes da quadrilha, de 22 anos, foi preso em frente a um shopping na região de Pinheiros. Ele levava um simulacro de arma de fogo na mochila de entregador. O carro com três suspeitos - com idades de 20, 40 e 44 anos - foi abordado a cinco minutos do local. Um deles era foragido da Justiça. Quatro celulares usados pela quadrilha foram apreendidos para a busca de informações sobre outros comparsas e receptadores.

Conforme o delegado Alexandre Dias, do 78° Distrito Policial (Jardins), os criminosos se posicionam perto de locais frequentados por pessoas com potencial para ter relógio caro, como shoppings, academias e restaurantes em bairros de alto padrão. Assim que localizam uma possível vítima, preparam a abordagem, quase sempre contando com o elemento surpresa para evitar possíveis reações.

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