Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Segurança Pública do DF, teve seu porte de armas cassado pela Polícia Federal (PF). A notificação ocorre no âmbito de procedimento interno, que vai definir se Torres deve ser expulso da corporação pela suspeita de ter sido omisso nos atos de 8 de janeiro e de ter sido preso por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ofício foi assinado pelo chefe da Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos, delegado Maurício Rocha da Silva. Embora confirme a notificação, o advogado de defesa de Torres, Eumar Novacki, afirmou que não foi disponibilizado ainda o acesso à íntegra da decisão. “A defesa ainda está avaliando as medidas a serem adotadas”, disse.
O processo que pode levar a expulsão de Anderson Torres, que é delegado da PF, está embasado no regime jurídico dos policiais federais que caracteriza como transgressão “praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial”.
Em 10 de janeiro, agentes da Polícia Federal foram até a casa de Anderson Torres, localizada no condomínio Ville de Montagne, no bairro Jardim Botânico, em Brasília. Na ocasião, apreenderam um texto chamado de “minuta de golpe”, além das armas de Anderson Torres. Desde então, o ex-ministro não está mais em posse dos equipamentos policiais.
Em 14 de janeiro, Torres voltou dos Estados Unidos, onde passava férias, e foi preso. Quatro meses depois, ele ganhou liberdade provisória, concedida por Moraes, mediante cautelares.
O ex-secretário ficou proibido de deixar o Distrito Federal; de manter contato com os demais investigados; de usar redes sociais; e ficou determinado o afastamento do cargo que ocupa da Polícia Federal. O descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará na revogação e decretação da prisão.
13 depoentes
Dentro do processo administrativo que corre dentro da PF, 13 depoentes foram ouvidos. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues depôs, na condição de testemunha, no procedimento administrativo disciplinar (PAD) a que responde Anderson Torres. A informação é do colunista do Metrópoles Paulo Cappelli.
Torres é investigado por suposta omissão nos atos antidemocráticos de 8 Janeiro, quando comandava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Em seu depoimento, o chefe da PF foi questionado se teria avisado Torres sobre o risco de depredações em Brasília. E informou que a comunicação foi feita ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que, por sua vez, repassou a comunicação ao Governo do Distrito Federal.
Andrei Rodrigues disse avaliar que a conduta de Torres foi prejudicial à imagem da Polícia Federal. Integrantes da cúpula da PF avaliam que Torres pode ser expulso da corporação com base na Lei nº 4.878, que dispõe sobre o regime jurídico dos policiais federais.
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