18 de Março de 2025
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CIDADES Terça-feira, 02 de Fevereiro de 2021, 08:13 - A | A

02 de Fevereiro de 2021, 08h:13 - A | A

CIDADES / NATUREZA PEDE SOCORRO

Baía de Chacororé perdeu 59% de extensão da área em 2020

Aline Almeida
Única News



Estudo do Instituto Centro de Vida (ICV), em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), aponta que área da Baía de Chacororé, em Barão de Melgaço (110 km de Cuiabá), foi reduzida em 59% no ano de 2020. Para a análise, foram utilizadas imagens do satélite Sentinel. Uma das principais causas para o índice foi a severa seca sofrida pelo Pantanal no ano passado. Ação humana também contribuiu.

Segundo ICV baía, que é considerada a terceira maior do Pantanal apresentava em setembro de 2016, uma área coberta por água de 6,2 mil hectares. Em novembro de 2020 atingiu apenas 2,5 mil hectares, o correspondente a uma redução de 59% de sua cobertura no período anterior. Vinícius Silgueiro, coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV explica que o mapeamento foi realizado ao final do período de seca, época em que o nível da água atinge seu menor nível e possibilita a análise pelo uso de imagens de satélite pela pouca presença de nuvens.

O estudo aponta que além da seca do ano passado, outros fatores contribuíram para o cenário na baía. Um deles foi o arrombamento de uma barragem construída na década de 1990 com o intuito de impedir o escoamento da água na área para a vizinha Baía de Siá Mariana. O dique foi derrubado para facilitar a navegação entre as baías pelos moradores locais. Uma equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA/MT) realizou uma vistoria nos principais pontos de entrada da água na baia e planejar ações emergenciais. Foram identificadas as pontes a serem reformadas e os principais corixos a serem desobstruídos, limpos e recuperados para o abastecimento da baía pelo Rio Cuiabá.

Professora e pesquisadora da Unemat, Dra. Carolina Joana da Silva salienta que mesmo com a manutenção das condições ideais para o funcionamento do sistema, a baía ainda sempre vai sofrer os efeitos da crise climática, que impacta diretamente o pulso de inundação com as alterações no regime de chuvas.

Iniciativas

A situação crítica da Baía de Chacororé ficou conhecida principalmente em virtude de um artigo produzido pelo engenheiro civil e professor Rubem Mauro Palma de Moura, mestre em Ambiente e Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal de Mato Grosso. No artigo intitulado “Mataram a galinha dos ovos de ouro”, o professor aposentado descreve ações humanas que culminaram na morte da baía e, por conseguinte, da fauna ictiológica que nela habitava. A medida fez com que vários movimentos fossem criados no sentido de reverter este cenário.

Iniciativas como a da Assembleia Legislativa que foi conhecer de perto a realidade, descrevendo a situação como calamitosa. O Tribunal de Justiça também decidiu enviar uma equipe do Juizado e do núcleo da Polícia Militar Ambiental para averiguar a real situação da Baía de Chacororé. Confirmou ainda que um levantamento de eventuais ações que envolvam a baía está em andamento.

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