Euziany Teodoro
Única News
“A rede de saúde, nesse momento, está colapsada e sem previsão, em curto prazo, para que melhore”. Essa foi a forte declaração do secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, sobre a taxa de ocupação de leitos de UTI em Mato Grosso: a rede privada já tem 97% dos leitos ocupados e a rede pública está em 87,1%.
“O que nos chama muita atenção é que nós já chegamos a 87,1% da taxa de ocupação dos leitos de UTI no final da tarde de ontem. E tenho informações de que a rede privada já chegou a 97% de capacidade atingida, ou seja, praticamente não existem mais leitos de UTI na rede privada. São pessoas que têm planos de saúde e não vão conseguir leito”, disse ele, em coletiva online nesta quarta-feira (24).
De acordo com o boletim epidemiológico dessa terça-feira (23), dos 240 leitos de UTI na rede pública, 209 estão ocupados por pacientes graves da Covid-19. E do total de 806 leitos de enfermaria, apenas 201 estão ocupados, com pacientes que ainda estão na fase leve da doença.
“Temos apenas 31 leitos ainda disponíveis na rede pública e temos 615 leitos de enfermaria disponíveis. Isso demonstra claramente que a maioria dos pacientes que estão procurando assistência hospitalar, já estão chegando em estado muito grave, porque na atenção primária e na atenção secundária, esses pacientes não estão encontrando a receptividade que deveriam ter para o atendimento”, afirmou.
O Governo do Estado tenta aumentar os leitos de UTI, com investimentos no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, e também no interior. Serão mais 30 leitos no Metropolitano e estão sendo firmadas parcerias com prefeitos nas demais regiões, para levar UTIs em hospitais já existentes, com equipes médicas formadas.
“Chegou o momento que as pessoas têm que ter uma consciência maior. Não dá mais para apostar na tática de ‘se eu ficar grave, vou precisar de leito de UTI’, porque ele não vai estar disponível. Estamos numa força-tarefa no Governo de Mato Grosso para ampliar os leitos no estado todo, mas as condicionantes para isso não fazem com que as soluções sejam céleres, na velocidade que a gente precisa.”
Mais uma vez o secretário alerta para a necessidade fundamental de manter as medidas de prevenção, especialmente o isolamento social, para frear a contaminação do coronavírus.
“É gravíssima a situação. Então é preciso que a população entenda que as medidas não-farmacológicas e o isolamento são, ainda, os únicos mecanismos para que a gente possa conter e deixar a contaminação ao nível da assistência hospitalar”.
De acordo com o último boletim, Mato Grosso já tem 11.017 casos confirmados e 423 óbitos pela Covid-19. Desse total, 6.205 estão em isolamento domiciliar e 3.927 estão recuperados.
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