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CIDADES Terça-feira, 20 de Dezembro de 2016, 09:00 - A | A

20 de Dezembro de 2016, 09h:00 - A | A

CIDADES / CRIME AMBIENTAL

Ex-gerente do Ibama de Sinop alertava sobre fiscalização ao grupo que desmatava Amazônia

Além de manter os desmatadores informados sobre fiscalizações, Waldivino Gomes Silva chegou fraudar procedimentos do órgão ambiental para devolver equipamentos ao grupo de AJ Vilela

Por Suelen Alencar / Única News



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O Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) descobriram atravês de investigações de que o ex-gerente do Ibama em Sinop (MT), Waldivino Gomes Silva alertava o grupo de Antônio José Junqueira Vilela Filho – o AJ Vilela ou Jotinha – sobre as operações de fiscalização ambiental que seriam realizadas pela autarquia. Além disso, se os desmatadores tivessem bens apreendidos, o servidor liberava os bens por meio de fraudes.

 

O grupo acusado é responsável por provocar o maior desmatamento já detectado pelo poder público na Amazônia e além das informações privilegiadas do servidor, conseguia atuar por obter tecnologia de ponta.

 

A denúncia  ajuizada pelo MPF em uma serie de oito ações envolve além de Waldivino Silva, como o mandante e financiador do esquema AJ Vilela, outros dois executores , Jerônimo Braz Garcia e Wanderley Ribeiro Gomes, e a esposa de Waldivino, a senhora Obalúcia Alves de Sousa. Obalúcia é quem recebia os recursos obtidos com o desmatamento e atuava para dificultar o rastreamento desse dinheiro. 

 

Crime ambiental

 

Segundo o relatório do MPF, só na região de Sinop o grupo desmatou três quilômetros quadrados de floresta. Em Altamira (PA), a devastação provocada por AJ Vilela e seus liderados chegou a 330 quilômetros quadrados de mata nativa.

 

A descoberta da participação de Waldivino Silva e da esposa confirmou por meio de uma força-tarefa da operação Rios Voadores durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na empresa de Jerônimo Garcia, a Jerônimo Máquinas Ltda, em Sinop. No local foi apreendido comprovante de depósito bancário em nome de Obalúcia de Sousa.

 

A equipe de investigação constatou, por meio de interceptações telefônicas que o grupo de AJ Vilela recebia informação privilegiada a respeito das fiscalizações, e atuava de acordo com esses alertas.

 

“Certamente, esse tipo de informação só poderia vir de alguém do próprio órgão ambiental que possuísse cargo de chefia”, destaca a denúncia do MPF.

 

   

 

Fraudes 

 

Outro crime era cometido pelo ex-gerente do Ibama que ajudava o grupo criminoso na ilegalidade, principalmente,  na condução de procedimentos administrativos do órgão ambiental. Por exemplo, tratores, correntões e combustível apreendidos em ações de fiscalização foram devolvidos ao grupo de AJ Vilela com base em decisão de Waldivino Silva não inserida no procedimento administrativo e não comunicava ao núcleo de instrução processual da autarquia, o que levou o MPF a denunciá-lo por sonegação de documento.

 

A sistemática não tinha fim, segundo o MPF alguns dos equipamentos ilegalmente devolvidos por Waldivino aos desmatadores voltaram a ser apreendidos em novas ações de fiscalização, pois novamente eram utilizados para a derrubada ilegal de floresta.(Com informações do MPF)

 

 

 

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