Janaína Arruda
Única News
A fotografa Darliana Gabriella Mattiello Gabriel, 41 anos, que descobriu recentemente um câncer de mama triplo negativo, do tipo mais agressivo, relatou ao Única News, nesta quinta-feira (11) as dificuldades enfrentadas para conseguir iniciar seu tratamento pelo plano de saúde Unimed. Segundo a profissional, as sessões de quimioterapias, deveriam ter começado no dia 27 de julho, mas só após ter protagonizado "um barraco", teve sua solicitação atendida pela operadora.
Darliana conseguiu realizar a primeira sessão de quimioterapia autorizada pela Unimed apenas nesta quarta-feira (10).
“Depois de todo o escândalo que eu fiz lá dentro, porque eu berrei, bati no vidro, bati o pé no chão, eu falei: eu só saio daqui com uma resposta. Eu consegui a liberação, mas diante de todo esse estresse”, relata.
Ela conta que quando descobriu o diagnóstico em três de junho, começou o tratamento dentro da Oncomed, um centro especializado no tratamento do câncer em Cuiabá, pelo plano de saúde Unimed. Inclusive a cirurgia de quadrantectomia, que consiste na retirada de uma parte da mama com reconstrução, que ela fez no Hospital e Maternidade Femina, com médico credenciado pela Oncomed, também foi autorizada pela operadora de plano de saúde.
O problema começou no período pós-cirurgia que foi realizada em 28 de junho e, que passado o prazo de 20 dias de recuperação, ela deveria imediatamente iniciar o tratamento de quimioterapia, no final de julho, sendo inicialmente previstas 18 sessões em seis meses de tratamento.
Foi quando Gabriella foi informada pela sua médica oncologista que não estaria conseguindo fazer a solicitação das sessões de quimioterapia via sistema e que ela precisaria ir até a sede da Unimed protocolar um pedido formal para liberação do tratamento.
“Eu pago plano de saúde há 5 anos e não posso atrasar um mês! Só de co-participação esse mês são R$ 1.000, mais do que eu pago de mensalidade. Então o valor é alto e quando eu preciso do plano de saúde, eles me negam.
“Quando estive na Unimed a primeira vez com um calhamaço de papel, com uma liminar (Judicial) na mão para eles acatarem, eu fui hostilizada, a menina que me atendeu foi extremamente arrogante, não quis ler o que estava no papel na minha mão. Me dava ‘não’ e me mandava tratar na Oncolog ou outras clinicas credenciadas porque a Unimed descredenciou a Oncomed em 31 de julho de 2021”, relatou.
A fotografa conta que pediu um protocolo da negativa do atendimento, que deveria ser respondido em um prazo de 24 horas, mas segundo ela, não houve resposta.
“Eles tinham um prazo de 24 horas para me responder, não me responderam. Isso só foi gerando estresse, minha família não mora em Cuiabá, eu conto apenas com apoio dos meus amigos aqui. Ai o pessoal da AAPOC (Associação de Pacientes com Câncer) me auxiliou muito nesse momento, porque viram meu desabafo no Instagram e entraram em contato comigo e foram até o Ministério Público conversar com a promotora conversar sobre a decisão que havia sido proferida e mesmo assim a Unimed continuava negando esse tratamento”, narra.
Darliana conta que passou pela ouvidoria, pelo departamento jurídico, mas recebeu somente respostas negativas.
“Eles vão jogando, só sabem dar não. Eu entendo que são funcionários, que tem que ter respeito, não tem humanização, eles não estão nem aí para o que você está passando. E é um plano de saúde! O mínimo que você deveria ser tratado agora é com respeito, dignidade e acolhimento, especialmente em se tratando de um câncer, uma doença que a gente não sabe se tem cura, a gente não tem certeza de nada”, desabafa.
Agora com a autorização do plano, Darliana pode dar continuidade ao primeiro ciclo de quimioterapia que será de três sessões.
De acordo com Janaina Santana de Oliveira, presidente da AAPOC, que dá suporte aos pacientes oncológicos, inclusive auxiliando com medidas judiciais, atualmente 170 pessoas com todo tipo de câncer, inclusive pacientes metastáticos aguardam por autorizações de tratamento pela Unimed.
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