Daffiny Delgado

Nessa segunda-feira (04), dia do Perito Criminal, a categoria vai cruzar os braços por seis horas, em todas as unidades do Estado, para marcar a insatisfação e descaso vividos pelas instituições criminais de Mato Grosso.
Os profissionais que trabalham na área reclamam de total falta de estrutura física e pessoal, de equipamentos, insalubridade, e já indicaram uma possível greve nos próximos dias.
Conforme o diretor do Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais do Estado do Mato Grosso (SINDPECO), Márcio Godoy, destaca que a perícia técnica é um elemento fundamental da investigação de crimes e acidentes e que muitos serviços não podem ser realizados por falta de insumos nas unidades.
“No dia do perito criminal, não temos o que comemorar. Há cerca de um ano, a Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) não consegue realizar exames de alcoolemia por falta de reagentes. Quem perde com a precarização do serviço público é, como sempre, a sociedade", explicou.
Além da falta de materiais, a ausência de alguns softwares também é citada como fato que pode limitar atuação dos profissionais, está a falta de profissionais. O polo de Alta Floresta atente oito municípios da região
Lá, por exemplo, os quatro últimos profissionais que entraram deviam se juntar a outros dois que já atuavam, para atender toda a demanda. No entanto, os dois peritos foram removidos sem reposição; ficaram quatro. Um deles foi cedido para a Secretaria de Cidades, e apenas três peritos atendem as ocorrências agora.
De acordo com o sindicato, não tendo o número suficiente de peritos, a escala de 24h por 72h não fecha. Numa hipótese de que ninguém fique doente ou tire férias, o número mínimo de profissionais para atender essa demanda ainda teria de ser quatro.
Não bastassem as condições insalubres que colocam em risco a vida dos servidores, ainda há situações em que eles precisam enfrentar o descontentamento da população por situações provocadas pela falta de condições de trabalho. Mas os profissionais fazem questão de destacar que a população está completamente certa de se revoltar, porque não é assim que as coisas devem ocorrer.
“É uma aberração não enviar peritos para os polos com um cadastro de reserva válido. Tivemos uma situação em que um colega teve de atender uma ocorrência que vitimou o próprio irmão, porque não havia ninguém para substituí-lo”, afirmou o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais de Mato Grosso (Sindpeco/MT), Alisson Trindade.
Representantes do sindicato tem uma reunião nesta tarde com o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, para tentar uma negociação que não leve a greve, marcada para o próximo dia 11, caso não haja atendimento das reivindicações.
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