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CIDADES Segunda-feira, 02 de Outubro de 2017, 17:39 - A | A

02 de Outubro de 2017, 17h:39 - A | A

CIDADES / OMISSÃO DO GOVERNO

Surto de tuberculose em presídios de MT mostra fragilidade da saúde nas unidades

Daffiny Delgado / Única News



Ilustrativa

tuberculose pce

 

Após a morte do detento Cicero Junior Dias, 20 anos, na última terça-feira (26), por complicações da doença, dentro da Penitenciária Central do Estado, veio à tona a gravidade da questão da saúde dentro dos presídios de Mato Grosso.

 

Em entrevista com o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sispen), João Batista, os casos da doença vem sendo tratado com omissão e irresponsabilidade por parte do governo do Estado.

 

“Hoje já são 60 casos de presos doentes dentro da PCE, nós nos solidarizamos com os familiares dos detentos daquela unidade, pois estamos correndo os mesmos riscos que eles. O governo sabe do grande número de casos da doença lá dentro e está se omitindo da responsabilidade", afirmou.

 

Hoje a PCE está superlotada com 2.060 presos, lembrou também João Batista, revelando ainda que os detentos que suspeitam estar com a doença, são colocados em isolamento por 15 dias. Lá são feitos os testes da doença e se comprovado eles recebem o remédio para fazer o tratamento.

 

“A erradicação dessas doenças só será possível quando os governos começarem a tratar a saúde dentro das penitenciárias como prioridade. O tratamento para essas doenças deveria ser mais apurado, só que isso inclui a redução da superlotação, locais fora do complexo penitenciário para que o preso doente, possa tomar a medicação e não tenha contato com os outros durante o tratamento”, ressaltou João Batista.

 

O sindicato informou que vários agentes penitenciários já pegaram a doença dentro da unidade. A categoria já enviou vários ofícios ao governo cobrando um posicionamento diante de tantos casos da doença nos presídios, mas não obtiveram respostas.

 

Na semana passada, a mãe do jovem que morreu da doença, Aparecida Furtado, disse que os detentos não recebem a medicação corretamente e muitas vezes são torturados por parte dos agentes prisionais. "Os casos de maus tratos, vivenciado pelos presos dentro da PCE, são frequentes. Os agentes entram nos raios do nada, atiram com balas de borrachas, jogam gás de pimenta sem eles terem feito nada. Além disso, eles não dão a medicação corretamente aos que estão doentes, é um absurdo. Isso coloca em risco outras pessoas, como meu filho que morreu”, relatou.

 

Forma Corriqueira

Em 2013 96 presidiários foram isolados na PCE devido ao surto da doença. Na época a falta de organização nas selas e raios da unidade além da quantidade de médicos que atendem os penitenciários de Mato Grosso eram muito poucos.

 

 

Na época, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) chegou a realizar uma operação denominada Legalidade, onde fizeram a separação dos presos condenados, provisórios e dos doentes.

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