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Da Redação
O dinheiro que Mato Grosso emprestou para construir a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), será quitada apenas em 2044. O Estado deve o valor de R$ 563,5 milhões. A obra deveria ter sido entregue em 2014, para a Copa do Mundo.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), entre os três contratos firmados para as obras de mobilidade relativas ao VLT, o estado já pagou mais de R$ 844 milhões. No entanto, do valor do empréstimo, que foi R$ 1,1 bilhão, mais de R$ 370 milhões foram pagos até novembro deste ano só de juros.
Segundo levantamentos do site G1, foram, em média, R$ 14 milhões pagos pelo governo do estado por mês, só de juros. Com o financiamento, o governo estadual investiu na área de 133 mil m², ao lado do aeroporto, na compra de 40 trens, 280 vagões, 40 km de cabos de energia, 22 km de trilhos e nove subestações. Esta área é onde fica o Centro de Controle e Operação do VLT.
Com os recursos, foram construídos também os viadutos do aeroporto e da Avenida da FEB, em Várzea Grande, além de 3,5 km de trilhos eletrificados, uma ponte de concreto de 224 metros sobre o Rio Cuiabá, três viadutos em Cuiabá e 294 vigas de concreto para a ponte do Rio Coxipó.
Criado em junho de 2019, o grupo de trabalho formado por integrantes da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, governo estadual e Caixa Econômica Federal, entregou um relatório final em março deste ano, sobre a viabilidade da continuação das obras do VLT.
Consta no relatório, a proposta mais viável e econômica para é uma Parceria Público Privado (PPP), em que o estado não precisará desembolsar mais novos recursos.
Conforme o presidente do Movimento Pró-VLT, Vicente Vuolo, afirma que a proposta também é a defendida pelo movimento.
"O dinheiro que está na conta do VLT é um valor R$ 193 milhões (sobra do empréstimo de R$ 1 bilhão. Este recurso é suficiente para terminar a primeira etapa da obra, que compreende o trecho do aeroporto em Várzea Grande, Bairro Porto em Cuiabá e Centro da capital. O restante será por iniciativa privada. Assim, o estado não gastará ainda mais recursos e a obra terá resultados".
Vuolo ainda explicou que a retomada das obras é positiva porque serão gerados 1.200 empregos diretos e 4 mil indiretos.
O VLT
As obras de implantação do VLT em Cuiabá e Várzea Grande estão paralisadas desde dezembro de 2014. Previstos para serem entregues ainda na Copa do Mundo daquele ano, os trilhos nunca chegaram à Capital.
Em 2015, o contrato, firmado com o Consórcio VLT passou a ser discutido em âmbito judicial. Já no final de 2017, a gestão passada do governo estadual decidiu romper unilateralmente o contrato com o Consórcio. A partir de 2018, a empresa recorreu à Justiça para tentar barrar a rescisão.
Em junho de 2019, a Justiça validou a rescisão do contrato. A rescisão foi feita por meio de Processo Administrativo (PAD) que se originou após a Operação Descarrilho, deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público, em 2017, que indicou o pagamento de vantagens indevidas para gestores e empresas, assim como a membros do alto escalão do Governo na época, em esquema liderado pelo ex-governador Silval Barbosa. A Operação Descarrilho apontou os crimes de lavagem de dinheiro, fraude em processo licitatório e corrupção.
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