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Sexta-feira, 10 de Março de 2017, 09h:10

Vão a leilão fazendas da Boi Gordo, usadas "em pirâmide"; valores devem ir para credores

Por Suelen Alencar / Única News

(Foto: Lut Leilões/ Divulgação)

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Primeira etapa vai leiloar 131 hectares de terras

Nos próximos dias 21 e 29 do mês de março serão realizados leilões decorrentes de fazendas do Boi Gordo, após as terras serem arematadas  por processo de falência decretado em 2004. O processo que trâmita na 1ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo arremata uma área dividida em 31 lotes. 

 

O primeiro leilão marcado foi anulado, mas agora com a o valor arrecadado com a venda dos lotes os credores - cerca de 32 mil - devem receber o dinheiro  investido. Na época a crise na empresa ficou conhecida como 'o pior episódio de falência com pirâmides finaceiras". Duas fazendas fazem parte dos lotes, Realeza do Guaporé I e II, localizadas no município de Comodoro (MT), com uma área de 135 mil hectares, o equivalente à área urbana do Estado de São Paulo. 

 

Na primeira etapa, no dia 21, deve ser oferecido 131 hectares, com lance inicial de R$ 315 milhões. Esse valor apresenta deságio de 40% em relação a avaliação original. Na segunda, 29, os lances serão para a aquisição única de todas as fazendas que a compõem. Um tipo de leilão eletrônico, também será realizado e esses bens poderão ser adquiridos individualmente.

 

Entre os 32 mil credores que aguarda pelo dinheiro, havia também muitos investidores de pequeno porte que não obetinha vocação para agropecuária. A Boi Gordo foi fundada em 1996 por Paulo Roberto de Andrade. A proposta  de investimento era simples,  a pessoa investia na compra de um boi e após 18 meses recebia o dinheiro acrescido dos 42%, lucro conquistado com a venda do animal já engordado.

 

As transações tinha até mesmo certificados doss investimento feitos pela empresa que, inclusive era encaminhado ao investidor. Mais tarde foi descoberto ''um verdadeiro esquema de pirâmide financeiro", considerado como um "boi de papel". Com isso a empresa atraiu  muitos investores. O modelo, sem a presença da fraude, teve direito à merchandising na novela O Rei do Gado, exibida no primeiro ano de operação da empresa. 

 

Em 2016 o jornal, o Globo publicou uma reportagem na qual relatava como seria os leilões e casos de pessoas que sairam prejudicados do investimento na empresa. 

 

"Quando a empresa entrou em concordata, já com sinais de que se tratava de uma pirâmide financeira (o resgate dos investidores mais antigos era pago com a entrada de novas pessoas no sistema), o Grupo Golin, do empresário Joselito Golin, comprou a empresa, prometendo colocá-la no eixo. Isso não aconteceu e a Boi Gordo entrou em falência em 2004', descreveu material.