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Sexta-feira, 03 de Maio de 2024, 14h:05

Prefeito de Sorriso aceita acordo do MP e pagará R$ 200 mil para se livrar de condenação

Gestor foi apontado como líder do esquema, que cobrava uma espécie de “pedágio político” de servidores comissionados do executivo.

Ari Miranda
Única News

(Foto: Assessoria)

O prefeito de Sorriso, Ari Lafin (PSDB), aceitou pagar uma multa de R$ 200 mil para não ser condenado em uma ação que denunciou um esquema de “rachadinha”, envolvendo servidores públicos municipais. Além do gestor, a assessora adjunta Julia Catiele Nólio, o secretário adjunto de Obras e Serviços Públicos, Nelson Campos, e o ex-secretário de Administração, Estevan Calvo Húngaro, terão que devolver R$ 130 mil aos cofres públicos.

O acordo de Não-Persecução Penal (ANPP) foi homologado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e homologado pelo Tribunal de Justiça em março deste ano. Além disso, o grupo também se comprometeu a justificar mensalmente suas atividades e manter seus endereços atualizados.

Segundo o inquérito, uma denúncia anônima revelou que o esquema liderado por Ari Lafin teve início em 2017 e desencadeou, em 2021, a Operação Torrent, da Polícia Civil. Pelo esquema, servidores comissionados eram cobrados a pagar uma espécie de “pedágio político”, entre R$ 100 e R$ 500 todos os meses, devolvendo assim parte de seus salários ao prefeito e seus subordinados.

Durante a deflagração da Operação Torrent, foram apreendidos aparelhos celulares, onde foram encontradas conversas que reforçaram a denúncia, mencionando meses e valores identificados como uma espécie de 'controle' das quantias pagas pelos comissionados na 'rachadinha'. Segundo os indícios, o secretário adjunto de obras, Nelson Campos, seria o “tesoureiro” do bando e a pessoa que cobrava os “devedores”.

No decorrer das investigações, o Ministério Público também identificou ainda que vários servidores comissionados foram exonerados e recontratados pela administração municipal de Sorriso, provando, em tese, o crime de “rachadinha”, bem como o pagamento irregular de gratificações a servidores.

Apesar disso, o MP concedeu direito ao acordo de não-persecução penal, que foi acatado por Ari Lafin e pelos outros três investigados. Além do pagamento de 200 mil, Lafin concordou em comparecer mensalmente à Secretaria do Juízo Penal competente durante dois anos.

Estevan Hungaro e Nelson Campos pagarão R$ 50 mil cada. Já Julia Nólio arcará com um total de R$ 30 mil. Os três também deverão comparecer mensalmente em juízo até 2026.