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Quinta-feira, 02 de Maio de 2019, 10h:09

Atividade e faturamento da indústria recuam em março, diz CNI

Indicadores industriais foram divulgados nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Emprego ficou estável no setor no mês passado.

Por Alexandro Martello, G1
Brasília

O faturamento da indústria caiu 6,3% em março, enquanto que as horas trabalhadas na produção, indicador do nível de atividade no setor, recuaram 1,5%, segundo números divulgados nesta quinta-feira (2) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A comparação foi feita com o mês anterior, após ajuste sazonal (espécie de compensação para comparar períodos diferentes de um ano).

A CNI avaliou que os dados "mostram que o setor enfrenta dificuldades para se recuperar da crise". "Desde a greve dos caminhoneiros, o setor não consegue engrenar uma sequência de bons resultados", acrescentou a entidade.

A CNI informou ainda que a chamada utilização da capacidade instalada (nível de uso do parque fabril) recuou 0,9 ponto percentual em março frente a fevereiro, para 76,5%. O percentual é o menor desde maio de 2018, registrado durante a paralisação dos caminhoneiros.

O emprego industrial, por sua vez, ficou estável no mês passado, ou seja, não caiu e nem cresceu. "Com o resultado de março, é a sétima vez nos últimos 12 meses que o emprego não se altera na comparação mensal. O emprego encontra-se apenas 0,1% acima do registrado em março de 2018", acrescentou a entidade.

No acumulado do primeiro trimestre deste ano, contra igual período do ano passado, as horas trabalhadas na produção cresceram 0,2%, o faturamento da indústria recuou 5,1% e o indicador de emprego, no setor, ficou estável.

"Três problemas impedem a recuperação da indústria. Um é a falta de demanda. O outro é o excesso de estoques, que elevam os custos das empresas, e, finalmente há a questão financeira. As empresas continuam com a situação financeira debilitada, o que adia as decisões sobre a produção e o emprego", afirmou o economista da CNI Marcelo Azevedo.

 

Ele avaliou que os problemas foram identificados na Sondagem Industrial de março, divulgada pela CNI na semana passada. "Para uma recuperação mais forte da indústria é preciso reduzir os estoques e resolver a questão financeira das empresas. Isso requer o aumento da demanda", concluiu.