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Quarta-feira, 15 de Maio de 2019, 13h:02

Conselho de Direitos da Mulher emite nota a favor de delegada tratada com "preconceito e machismo"

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Da Redação

Reprodução Internet

O Conselho Estadual de Direitos da Mulher de Mato Grosso (CEDM) emitiu uma nota de repúdio, nesta quarta-feira (15), após a circulação de matéria em um site, que cita a delegada Ana Cristina Feldner e a coloca em posição de explicar sua vida pessoal, devido a acusações do delegado Rogers Jarbas, afastado de suas funções por suposto envolvimento no esquema de escutas telefônicas ilegais, que ficou conhecido como "Grampolândia Pantaneira".

O conselho diz que repudia a forma que a matéria, com o título "Rogers Jarbas: suposto affair é crucial para desvendar trama que levou Perri ao engano", tratou a delegada, sendo de forma "preconceituosa e machista ao tentar desqualificar a mulher por meio da exposição da sua vida íntima".

Segundo a matéria, Rogers afirma, em sua defesa, que a delegada Ana Cristina Feldner, uma das responsáveis pela investigação, teria agido visando proteger um tenente da Polícia Militar, com o qual teria um romance.

"É constrangedor perceber como, na nossa sociedade, uma pessoa que precisa prestar esclarecimentos num inquérito policial se sente confortável para vir à público tecer considerações sobre a vida pessoal da delegada", cita trecho da nota do Conselho.

Leia a nota de repúdio:

O Conselho Estadual de Direitos da Mulher de Mato Grosso, CEDM/MT, vem por meio desta manifestar veemente repúdio à forma como a delegada Ana Cristina Feldner foi tratada em recente matéria de O Livre de 10/05/19.

O texto da citada publicação intitulado Rogers Jarbas: suposto affair é crucial para desvendar trama que levou Perri ao engano reforça a antiga estratégia preconceituosa e machista de tentar desqualificar a mulher por meio da exposição da sua vida íntima.

De acordo com o conteúdo apresentado, o ex-secretário de Estado de Segurança Pública Roger Jarbas, que foi afastado de suas funções e cumpre medidas cautelares, escreveu uma defesa com relação à sua participação no caso das escutas ilegais em Mato Grosso (conhecido como Grampolâmdia Pantaneira). Nela ele afirma que a delegada Ana Cristina Feldner, uma das responsáveis pela investigação, teria agido visando proteger um tenente da Polícia Militar com o qual teria um romance.

É constrangedor perceber como na nossa sociedade uma pessoa que precisa prestar esclarecimentos num inquérito policial se sente confortável para vir à público tecer considerações sobre a vida pessoal da delegada.

Infelizmente, isso prova que as mulheres, mesmo alcançando cargos de relevância por seus méritos, ainda são submetidas a falsos julgamentos morais que objetivam desmerecer sua competência profissional.

Em casos como o exposto fica evidente a diferença de tratamento dado a homens e mulheres no exercício das diversas funções. Quando esse tipo de atitude ganha repercussão na imprensa é um fato lamentável que não podemos aceitar.

Exigimos respeito!

CEDM/MT