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Quarta-feira, 22 de Maio de 2019, 18h:43

Justiça nega pedido de falência da Sport Cars por não apresentar documentos necessários

Claryssa Amorim
Única News

(Foto: Reprodução/TVCA)

O pedido de autofalência da Sport Cars Comércio e Locação de Veículos foi negado, nesta quarta-feira (22), pela juíza Anglizey Solivan, da 1ª Vara Cível de Cuiabá. Segundo o proprietário da empresa, Marcelo Sixto Scheavenin, a dívida chega a R$ 11 milhões.

Marcelo e a esposa Thays Dalavalle são acusados de revender veículos de luxo e não repassar o dinheiro aos proprietários. Os dois foram indiciados por estelionato e apropriação indébita majorada. Ele é monitorado por tornozeleira eletrônica e não pode sair aos finais de semana. Já Thays, foi apenas indiciada e não está sendo monitorada.

Na decisão, a magistrada declarou que não foram apresentados os documentos necessários. Já a empresa alegou que foi "saqueada" em março, onde perdeu vários documentos e pediu um prazo de 30 dias para apresentar, porém, também foi negado.

Para o Tribunal de Justiça, o pedido de autofalência já deveria ter sido informada "há tempos". "É crível que a precariedade financeira da empresa
requerente já deveria estar evidenciada há tempos, a ponto da mesma ter tido tempo hábil para providenciar toda documentação necessária para o ingresso do pedido de autofalência", cita a juíza na decisão.

No processo, a empresa informou ainda à juíza que Marcelo vem "sofrendo ameaças fortíssimas" de vida.  A juíza destacou que não se trata de uma negação ao estado de "insolvência", pois o caso da empresá é notório, já que foi encerramento de forma "abrupto".

O caso

São mais de 20 vítimas que procuram a Polícia Civil para comunicar que deixaram veículos de luxo na concessionária, para venda consignada, e perderam os bens. Algumas disseram que chegaram a receber cheques pré-datados e outras perderam tudo. Alguns casos foram enquadrados como estelionato e outros como apropriação indébita. Todos foram reunidos em único inquérito policial.

Em sua declaração, Marcelo alegou que não tinha a intenção de dar “calote” nas vítimas, mas confessa que usou o dinheiro adquirido com as vendas dos carros de luxo para pagar contas. Thays, apesar de ser sócia e trabalhar na parte administrativa da empresa, afirmou que não participava dos negócios.

O prejuízo das vítimas não foi contabilizado pela Polícia Civil e depende de análise de mercado quanto ao valor dos veículos. Entre os veículos, havia até uma Lamborghini Gallardo Spyder, avaliada em quase R$ 850 mil. Na concessionária ainda sempre estavam expostos carros como Mercedes, BMW, Porsche, Audi, Jaguar, entre outros. Em um site é possível verificar que os preços variavam, na maioria, de R$ 130 mil a R$ 400 mil.