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Sexta-feira, 04 de Outubro de 2019, 08h:11

CPI da sonegação suspende depoimento de Silval Barbosa; "poupar desgastes desnecessários"

Da redação

Foto: (Reprodução/Web)

A oitiva do ex-governador Silval Barbosa para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), marcada para a próxima quinta-feira (10), foi suspensa e ainda não tem uma nova data definida. A CPI instaurada na Assembleia Legislativa investiga sonegação e irregularidades na concessão de incentivos fiscais. 

O vice-presidente da CPI, deputado estadual Carlos Avalone (PSDB), propôs na tarde dessa quinta-feira (03) a suspensão para "poupar" a comissão de "desgastes desnecessários". 

O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) questionou Avalone pelo "receio" de ouvir Silval Barbosa e o questionou porque. 

“Não temos nenhum receio, apenas queremos agilizar os trabalhos e poupar a comissão de desgastes desnecessários, tal ocorreu com a oitiva do doleiro Lúcio Funaro em reunião fechada”, disse Avalone.

Apesar da expectativa gerada em relação ao depoimento do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, a oitiva foi realizada em reunião fechada, após decisão dos membros da comissão. Na ocasião, os parlamentares resolveram acatar recomendação posta em parecer exarado pela Procuradoria-Geral da Casa.

A Procuradoria-Geral levou em consideração o fato de a colaboração premiada, prevista na lei que define organização criminosa, permitir ao depoente Lúcio Funaro silenciar sobre questionamentos sobre fatos constantes no acordo homologado pela Justiça Federal. Como Funaro, Silval Barbosa também é colaborador. 

“Assim, é mais importante que a comissão busque o compartilhamento das delações junto aos órgãos judiciais competentes, no caso o Supremo Tribunal Federal”, assinalou Avalone.

Depoimento 

Ouvido pelos parlamentares, o superintendente do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), economista Daniel Latorraca, levou à CPI números sobre área plantada, volume produzido e valor bruto da produção de milho, soja e algodão em Mato Grosso, assim como sobre o rebanho bovino.

Latorraca confirmou a informação – atribuída ao presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Naturale Biocombustíveis (Sindpetróleo), Aldo Locatelli – de que o volume de óleo diesel consumido em Mato Grosso é similar ao de Goiás, embora a área plantada no estado vizinho seja significativamente inferior.

Porém, não foi esclarecido o porquê. A suspeita é que caminhões com tanques adaptados abasteçam em Goiás ou Mato Grosso do Sul, praças onde a carga tributária sobre o combustível é menor, e depois descarreguem o produto por aqui em reservatórios clandestinos.