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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2019, 09h:35

Silval teria dado até apartamentos a deputados em troca de votos durante eleições

Euziany Teodoro
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(Foto: Alair Ribeiro)

A suposta proposta de colaboração premiada, atribuída ao ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, traz detalhes da participação de cada um dos envolvidos em esquema de propina que durou 20 anos no legislativo mato-grossense. Entre eles, Silval Barbosa, ex-deputado e ex-governador do Estado, que teria encabeçado o esquema, herdado de Blairo Maggi, a partir de 2010.

De acordo com o documento, na época de eleições da Mesa Diretora da ALMT, os valores pagos em propina chegavam a dobrar ou a triplicar, a fim de garantir que deputados da base aliada do Governo continuassem no comando da Casa de Leis.

Segundo dito, supostamente, por José Riva, Silval Barbosa teria providenciado até mesmo a entrega de apartamentos em troca de votos a dois deputados estaduais, que não são citados no acordo.

“A título exemplificativo, só no ano de 2012, foram gastos aproximadamente R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), que depois geravam o uso das empresas citadas para pagar as XXXXXXX. Na última eleição, houve negociação com os deputados envolvendo dinheiro, e até apartamentos foram entregues a dois deputados em troca de votos”.

O esquema de propinas, que pagava uma espécie de “mensalinho” aos deputados estaduais a fim de “manter a governabilidade”, teria começado em 1995, com Dante de Oliveira, e mantido por Blairo Maggi e Silval Barbosa.

Em sua delação, homologada junto ao Supremo Tribunal Federal, não só confirma o esquema, como traz vídeos de vários deputados recebendo os valores. Pelo menos 30 deputados estariam envolvidos. No documento atribuído a José Riva, constam os nomes de 38.

O próprio Silval Barbosa teria recebido, enquanto deputado estadual, 47 “mensalidades” de R$ 90 mil, totalizando R$ 5.640 milhões.

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Mensalinho de Silval Barbosa

 

Para comprovar os dados, Riva promete apresentar: Balancetes da ALMT 2003/2014; Lista de pagamentos; Empresas fornecedoras; e Planilhas anuais de receitas/despesas 2003/2014.

Em nota enviada à imprensa nesta quarta-feira (9), José Riva diz que nunca assinou a suposta proposta de colaboração e que o Ministério Público, tampouco, recebeu o documento. Ele afirma que "tomará as providências para identificar os autores e responsabilizá-los pela distribuição dos malsinados documentos".