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Segunda-feira, 21 de Outubro de 2019, 14h:34

Governo prevê arrecadação de R$ 89,7 bilhões em quatro anos

Única News
(Com assessoria)

Ângelo Varela

O Governo do Estado estima uma arrecadação de R$ 89,749 bilhões nos próximos quatro anos em Mato Grosso, sendo a média anual de R$ 22 bilhões. Os números foram apresentados pelo secretário de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Basílio Guimarães, durante a 1ª audiência pública da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) para debater o Plano Plurianual 2020/2023, em cima do projeto de lei 930/2019, conhecido como PPA.

O presidente da CCJR, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), afirmou que o valor proposto durante os quatro anos é "enxuto". Com esse montante, segundo ele, o governo está buscando o equilíbrio orçamentário em todas as pastas e poderes.  

“O agronegócio tem contribuído com o aumento da receita. Mas em um período curto, o Estado tem aumentado a despesa com salários e encargos sociais. O PPA traz uma previsão enxuta, mas traz também uma previsão do investimento necessário em algumas áreas como saúde, educação e segurança”, explicou o parlamentar.  

De acordo com Dal Bosco, a partir de 2020, o Estado começa a diminuir o déficit financeiro e que segundo ele, deve ficar na casa dos R$ 550 milhões. “A Assembleia aprovou o PLC 53/2019 que modificou a cobrança do ICMS, mudando o regime tributário. Com isso,a administração pública deve arrecadar mais. Mas na esfera federal não tem nenhuma lei que obriga a União a repassar recursos do FEX , por exemplo, e com isso ajudar no orçamento”, disse.

O secretário disse que o Plano Plurianual de 2020/2023 tem uma ‘nova roupagem’ em relação às despesas para os próximos quatro anos. Segundo ele, sempre foi feito de forma anual e a partir do governo Mauro Mendes será priorizado os gastos pela Lei de Diretrizes Orçamentária e aplicados na Lei Orçamentária Anual.  

“O valor total é de R$ 89,6 bilhões para os quatro anos. A média anual é de R$ 22 bilhões. O principal gasto é com o pessoal [poderes e órgãos] que chega a R$ 64 bilhões. As três áreas que mais tiveram aumento foram a de saúde, educação e seguranças pública”, explicou Basílio.

As três principais secretarias de governo: saúde, educação e segurança pública têm um orçamento estimado em R$ 36,9 bilhões. Esse valor é maior em 20,67% se comparado ao Plano Plurianual de 2016-2019, que estimou uma receita total de R$ 30,6 bilhões para essas três pastas.

Na saúde pública, a estimativa de receita é de R$ 8,4 bilhões - valor 22,36% maior que o quadriênio anterior. Para a educação, a proposta é de R$ 13,9 bilhões - cifra 27,74% maior. Enquanto na segurança pública, houve um acréscimo de 14,54%, que representa um total de R$ 14,7 bilhões.

O deputado Lúdio Cabral (PT) afirmou que o PPA é a peça orçamentária mais importante do governo, porque traz uma projeção das políticas públicas para os próximos quatro anos de gestão governamental. Para Lúdio, o estado não está em crise financeira, mas está alinhado a interesses de grupos que orientam as políticas públicas do governo.

“Os interesses que orientam o governo são dos muitos ricos. Isso está expresso na renúncia fiscal, que em 2018 mais de R$ 5,6 bilhões. A Assembleia Legislativa, infelizmente, não alterou essa lógica. Enquanto isso, a projeção de crescimento de receita demonstra claramente que não temos um estado em crise financeira. Ao contrário temos um estado com potencial de investimentos e qualificações das políticas públicas importantes”, explicou o petista.

De acordo com Cabral, se o estado mantiver o dispositivo constitucional de congelamento dos gastos, o PPA não será aplicado. “Haverá um gesso, uma amarra de crescimento nas despesas nas áreas essenciais, que a emenda do teto dos gastos, desde o inicio da legislatura, estou tentando derrubar”, disse.     

Por outro lado, as despesas com o pagamento dos juros e amortização das dívidas do Estado chegam a cifra de R$ 3,217 bilhões. Segundo o governo, a amortização foi reduzida em 16,69%. Enquanto o PPA 2016/2019 foi de R$ 2,313 bilhões, o atual projeta R$ 1,927 bilhão. Já os investimentos, para os próximos quatro anos, estão estimados em R$ 5,135 bilhões.

Os valores programados pelo PPA 2020/2023, no montante de R$ 89,7 bilhões para cada órgão que compõe o Estado mato-grossense, ficaram assim definidos:

-Poder Executivo  R$ 76,7 bilhões

-Poder Legislativo R$ 2,319 bilhões

-Poder Judiciário   R$ 6,586 bilhões

-Ministério Público do Estado R$ 2 bilhões

-Tribunal de Contas do Estado R$ 1,546 bilhão

-Defensoria Pública R$ 587 milhões.