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Terça-feira, 14 de Janeiro de 2020, 16h:42

Mendes volta a cobrar nomeação de Fávaro no Senado e diz que é preciso ‘pensar em perfil’

Ana Adélia Jácomo
Única News

(Foto: Divulgação/Assessoria)

O governador Mauro Mendes (DEM) voltou a defender, em discurso nessa segunda-feira (13), que a vaga da senadora cassada Selma Arruda (PODE) seja imediatamente destinada ao chefe do escritório de representação do estado em Brasília, Carlos Fávaro (PSD), terceiro colocado na disputa de 2018 pelo Senado. Segundo ele, o pedido de liminar (provisório) impetrado pelo Governo tem grande aporte jurídico, ancorado na Constituição Federal.

O documento, elaborado pela Procuradoria Geral Estadual (PGE), foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana e tem como base o fato de que Mato Grosso não poderia ficar sem representatividade no Senado Federal, estando com apenas dois de três senadores em plenário.

“Nós precisamos ter equilíbrio no Senado, de que ali é a casa da Federação onde cada Estado tem direito a três representantes e, enquanto não ocorrem as novas eleições, essa tese vai ser analisada pelo Supremo. De acordo com nossos procuradores, é uma tese extremamente plausível e por isso a PGE assumiu nosso pedido, porque a tese tem grande âncora na Constituição”, disse o governador.

Segundo ele, Mato Grosso pode ser prejudicado por possuir um senador a menos nas votações. A medida está sob análise do presidente do STF, ministro Dias Toffoli. Mato Grosso tem três cadeiras no Senado, hoje ocupadas pelos senadores Jayme Campos, Wellington Fagundes e Selma Arruda. Esta última teve o mandato cassado por caixa dois e abuso de poder econômico nas eleições de 2018. Ela deve ser afastada em fevereiro, quando será retomado o ano no legislativo.

“Pedimos a ação dizendo que Mato Grosso não pode ficar subrepresentado. Não pedi pela posse do Fávaro, pedi pela posse do terceiro colocado, que consequentemente é o 'senador' Carlos Fávaro, que foi candidato à época”, adiantou Mendes.

DISPUTA A UNHAS E DENTES

A briga pela vaga deixada por Selma Arruda no Senado segue acirrada nos bastidores. Nomes de peso são cotados para a disputa, que ainda não tem data definida para ocorrer. Sabe-se que o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) se reúne em 22 de janeiro, em sessão plenária, para definir o pleito. A data mais provável é 26 de abril, no entanto, não é oficial.

O próprio vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) já demonstrou interesse público em disputar. Além dele, são citados como pretensos candidatos: o deputado federal Nelson Barbudo (PSL), Carlos Bezerra (MDB) e Leonardo Albuquerque (SD); o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho; os deputados estaduais Elizeu Nascimento (DC), Lúdio Cabral (PT), Max Russi (PSB), Silvio Fávero (PSL) e Dilmar Dal'Bosco (DEM); a superintendente do Procon, Gisela Simona (Pros); o ex-ministro Blairo Maggi (PP); o ex-senador Cidinho Santos; o deputado federal José Medeiros (PODE), o deputado federal Nilson Leitão (PSDB); Carlos Fávaro (PSD); o ex-governador Pedro Taques (PSDB); o ex-prefeito de Rondonópolis, Adilson Sachetti (PRB), o ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT) e o vereador por Cuiabá, Mário Nadaf (PV).

Sobre seu apoio político a um ou outro candidato, o governador disse que ainda é cedo para que se posicione. Mendes conta que dialogou com seu vice, Otaviano Pivetta, sobre a disputa, mas não demonstrou apoiar a intenção do pedetista, nem deu indícios sobre o posicionamento do seu partido, o Democratas. Vale lembrar que o "apoio" de Mendes a Fávaro, mesmo que de forma provisória, pode gerar atritos no DEM, já que há uma corrente na legenda, liderada pelos caciques Jayme e Júlio Campos, que tem "restrições" a Fávaro. 

“É muito cedo. Uma eleição suplementar é totalmente diferente. Acredito cada vez mais que o eleitor está autônomo e senhor de si. Acredito que teremos que pensar muito bem em um perfil, mas só vou me posicionar quando o jogo estiver definido, senão estaria contribuindo para as especulações e eu tenho muitas ações reais e concretas. Não preciso perder tempo fazendo especulação política. Ainda não sabemos quais serão os candidatos e nem quando a eleição vai acontecer de fato. [Pivetta] conversou comigo, falou do desejo dele, da vontade e que está analisando e construindo essa possibilidade”, concluiu Mauro Mendes.