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Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2020, 17h:39

'De onde vai sair esse dinheiro?', questiona Mendes sobre retomada do VLT

Ana Adélia Jácomo
Única News

(Foto: Divulgação)

Uma das principais consequências negativas que a Copa do Mundo de 2014 trouxe para Cuiabá e Várzea Grande foi a escolha do Veículo Leve sob Trilhos (VLT) como modal de transporte. O trem até hoje não foi implantado, mas consumiu dos cofres públicos mais de R$ 1 bilhão e “rasgou” as principais vias das cidades citadas para a colocação dos trilhos.

Seis anos após a paralisação, as obras mal saíram do papel e a Avenida da Feb, em Várzea Grande, ainda permanece com o canteiro em toda sua extensão completamente destruídos, com pontos de obras inacabadas e diversos blocos de concreto que permaneceram abandonados por conta do VLT.

Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, o governador Mauro Mendes (DEM) disse, nessa sexta-feira (24), que nunca prometeu o VLT, mas que faria um estudo de, no mínimo, um ano para só depois anunciar quais medidas tomaria. No entanto, após o prazo vencido, o governador permanece reticente e enfatizando que o Estado não tem dinheiro em caixa.

“Lamentavelmente, isso não depende de mim. Não tem como brotar da minha cabeça, é um estudo técnico, sério. Quanto vai custar a tarifa do VLT? Eu, como governador, até hoje não sei porque os estudos não terminaram. Já ouvi falar que custaria até R$ 8, mas a população vai pagar? (...) De onde vamos tirar o dinheiro? Que é quase como ganhar três vezes na Mega da Virada. De onde vai sair esse dinheiro? O Governo, hoje, não tem”.

Para finalizar o VLT, o Governo do Estado prevê que ainda deverá investir cerca de R$ 1 bilhão. Mendes ainda alfinetou o ex-governador Pedro Taques (PSDB) que, segundo ele, anunciou que entregaria a obra umas sete vezes, no entanto, nenhuma vez foi concretizada. O modal foi idealizado na gestão do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), em 2012. Silval deixou o governo sob fortes denúncias de corrupção e chegou a ser preso por desvios milionários. Atualmente, cumpre pena restritiva de liberdade com tornozeleira eletrônica.

“Nunca prometi que iria terminar o VLT. Eu disse com muita clareza que precisaria de, pelo menos, um ano para estudar qual a melhor saída para dar uma solução para o VLT, porque ele parou em 2014, ficou parado todo o período da gestão do ex-governador Pedro Taques, que umas 6 ou 7 vezes anunciou publicamente a retomada da obra e nada aconteceu”.

“Não tem esse negócio de ‘eu acho, ‘eu quero’. Eu quero tudo, fazer VLT, asfaltar todos os municípios, mas temos dinheiro para isso? Graças a Deus conseguimos regularizar muita coisa em Mato Grosso no ano passado, porque era décimo terceiro atrasado, o Estado devendo pra Deus e todo mundo, e nós conseguimos melhorar muito as contas públicas”, finalizou o governador.