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Quarta-feira, 23 de Setembro de 2020, 17h:33

MP denuncia pais e sogro de atiradora ao TJMT; mãe vai responder por dois crimes

Elloise Guedes
Única News

(Foto: Reprodução)

O promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, membro do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), concluiu análise do inquérito policial e denunciou os pais da adolescente B.O.C., 15 anos, acusada de matar a amiga Isabele Ramos, 14 anos, no Condomínio Alphaville I, em Cuiabá, e também o sogro dela, Glauco Mesquisa Correa da Costa, ao Tribunal de Justiça.

O promotor denunciou os pais de B.O.C., Marcelo e Gaby Cestari, à 10ª Vara Criminal de Cuiabá e pediu que a denúncia contra Glauco seja desmembrada ao Juizado Especial Criminal. Ele ainda aumentou os crimes imputados a Gaby, pois entendeu que ela deve responder por entrega de arma de fogo a adolescente, além do crime de omissão de cautela, apontado no inquérito da Polícia Civil.

O parecer foi assinado pelo promotor no dia 18 de setembro.

"Considerando que ela, igualmente, possui C.R. (Certificado de Registro), conhecedora da proibição de entrega de armamento a menores fora do estande de tiro autorizado, deverá responder igualmente pelo delito de entrega de arma a adolescente, em concurso de pessoas com o implicado MARCELO MARTINS CESTARI", diz trecho do documento, no que se refere a Gaby Cestari.

De acordo com o promotor, dias antes da tragédia que aconteceu na mansão da família Cestari, Gaby gravou “a filha expondo técnicas cognitivas e destreza com armas”.

Ainda consta no parecer que os crimes devem ser julgados em outras varas. Atualmente, o caso é analisado na 2ª Vara da Infância e da Juventude.

"Contudo, bem se sabe que, a 10ª Vara Criminal da Capital tem competência para processar e julgar crimes apenados com detenção que não sejam de competência dos Juizados Especiais Criminais, nem de nenhuma especializada", ressaltou o promotor.

De acordo com Regenold, houve negligência de Marcelo ao deixar as armas expostas, na presença de vizinhos adolescentes, além de entregar o case com as armas para sua filha, ainda que ela praticasse tiro esportivo. Por isso, o crime deve ser remetido a uma vara criminal.

Pelo entendimento do promotor, a mãe da atiradora, Gaby Cestari, e o sogro, Glauco Mesquita, devem ser julgados em varas separadas. A ação contra Glauco foi para o Juizado Especial, mas a de Gaby Cestari vai para a mesma que a do marido.

A penalidade prevista para Glauco é de 1 a 2 anos. Mas para Gaby é de 3 a 6 anos, por ser o crime cometido em concurso de pessoa, ou seja, com Marcelo Cestari.

A menor prestou depoimento sobre a morte de Isabele na manhã desta quarta-feira (23) para a 2ª Vara da Infância e da Juventude de Cuiabá. O ato processual, que ocorre em segredo de justiça, aconteceu por videoconferência. A defesa da família Cestari ainda não se manifestou sobre o assunto.