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Terça-feira, 24 de Novembro de 2020, 08h:44

Novo presidente do Peru anuncia reforma da polícia após morte de manifestantes

G1

Foto: Sebastian Castaneda/Reuters

O novo presidente do Peru, Francisco Sagasti, ordenou na segunda-feira (24) uma reforma da polícia, nomeou um novo comandante e enviou 15 generais para a reserva em resposta à violenta repressão a manifestantes durante o governo anterior, que durou menos de uma semana.

"Tomei a decisão de designar como novo comandante de polícia o general César Augusto Cervantes", anunciou Sagasti em mensagem ao país exibida na televisão seis dias após assumir o poder. "Estas medidas têm por finalidade fortalecer a polícia".

Cervantes substituiu o general Orlando Velasco, que estava no comando das forças de segurança desde 7 de agosto. A mudança ocorre apesar de Velasco estar de licença médica durante os protestos contra o presidente anterior, Manuel Merino.

Duas pessoas morreram e mais de 100 foram feridas na repressão policial às manifestações em Lima, e Merino renunciou cinco dias após assumir o poder em substituição ao ex-presidente Martín Vizcarra, que foi destituído pelo Congresso.

A medida também incluiu passar 15 generais da polícia à reserva, informou o ministro do Interior, Rubén Vargas. "Queremos uma polícia que continue defendendo a democracia e os direitos fundamentais, que nos devolva a segurança e as garantias".

Sagasti também criou uma comissão, liderada por Vargas, que deve apresentar recomendações em 60 dias para modernizar e fortalecer a instituição. O presidente interino disse que com a reforma pretende "conectar a polícia com os cidadãos".

Vargas anunciou no domingo (23) uma investigação administrativa que pode atingir generais e outros oficiais após as duas mortes de manifestantes no dia 14. "As investigações estão acontecendo com absoluta prioridade e respeitando o devido processo", afirmou o ministro.

Além das duas mortes e dos mais de 100 feridos no centro de Lima, mulheres detidas em delegacias apresentaram denúncias de abusos sexuais.

O Ministério Público abriu na semana passada uma investigação penal preliminar contra Merino e dois de seus ministros pela repressão. A promotoria quer determinar a "linha de comando" no governo e na polícia durante a repressão aos atos.