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Terça-feira, 24 de Novembro de 2020, 14h:14

Justiça pede exumação do corpo de avô da menina que foi morta envenenada pela madrasta

Única News
Da Redação

(Foto: Reprodução)

O corpo de Edson Manuel, avô da menina Mirela Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, que morreu em junho do ano passado em Cuiabá após ter sido envenenada pela madrasta, vai ser exumado após determinação da Justiça. A perícia deve identificar a causa da morte do idoso após suspeita de que ele também teria sido morto por envenenamento. Ele morreu em março de 2018.

Jaira Gonçalves de Arruda, de 42 anos, que já está presa acusada de matar Mirela, agora também está sendo investigada por suspeita de matar o avô dela. O motivo da morte era para que a menina passasse a ficar sob os seus cuidados e pudesse arquitetar o plano para tentar se apossar de uma herança da criança, no valor de R$ 800 mil.

A decisão que determinou a realização da exumação foi dada no dia 16 de outubro, mas a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) só foi notificada nessa segunda-feira (23). Agora a data será agendada.

De acordo com as investigações, Mirela tinha recebido o dinheiro de uma indenização por erro médico do hospital onde ela nasceu. A mãe dela morreu durante o parto. A ação foi movida pelos avós maternos da criança. Em 2019, após 10 anos, o processo foi encerrado, e o hospital foi condenado a pagar uma indenização de R$ 800 mil à família, já descontando os honorários advocatícios.

Parte do dinheiro ficaria depositada em uma conta para a menina movimentar na idade adulta. A Justiça autorizou que fosse usada uma pequena parte desse fundo para despesas da criança, mas a maior quantia só poderia ser acessada aos 24 anos. Mirela morava com o avô paterno, mas depois da morte dela passou a morar com o pai e a madrasta, até ser envenenada e morrer em novembro de 2019.

Durante este período em que Mirela morou com o pai e a madrasta, no intervalo de um ano, a menina foi internada várias vezes. No total, foram nove entradas em um hospital particular de Cuiabá, onde ficava de três a sete dias e, depois, melhorava. Ao retornar para casa, ela voltava a adoecer. Ela recebia diagnósticos de infecção, pneumonia e até meningite. Na última vez em que foi parar no hospital, a menina já chegou morta.

Ainda segundo as investigações da Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), a madrasta envenenou a enteada com uma substância de venda proibida, ministrada gota a gota, entre abril e junho de 2019.

Jaira está presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, desde setembro de 2019. O inquérito também concluiu que o pai de Mirela não teve participação no crime.

As novas investigações continuam, agora sobre a morte do avô de Mirela.