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Sexta-feira, 27 de Novembro de 2020, 11h:53

Candidatos respondem jornalistas sobre temas polêmicos e clima esquenta

Euziany Teodoro
Única News

Marcus Mesquita

O primeiro bloco do debate realizado pela TV Vila Real nesta sexta-feira (27), entre os candidatos à Prefeitura de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) e Abilio Jr (Podemos), começou com perguntas de três jornalistas do Grupo Gazeta, que não se furtaram de tocar nos assuntos mais polêmicos desta campanha.

Pinheiro respondeu a Lázaro Borges sobre a credibilidade de sua principal testemunha em processo que responde por suposto “mensalinho” da Assembleia Legislativa, por aparecer em vídeo recebendo dinheiro durante a gestão de Silval Barbosa. A testemunha, Valdecir Cardoso, responde a outro processo por falso testemunho.

“Valdecir é testemunha de acusação do próprio Ministério Público Federal. Se ele serve como testemunha do MPF, você imagina a credibilidade que ele deve ter. Foi ele que instalou e relacionou os deputados que seriam filmados e ele mesmo afiançou, inclusive na CPI da Câmara de Vereadores, que Emanuel Pinheiro, então deputado, não tinha nada a ver, não estava naquela relação, não tinha nenhuma denúncia de mensalinho. Isso tem que ser retratado”, disse.

Abilio Junior respondeu ao jornalista sobre o apoio do governador Mauro Mendes, que foi prefeito de Cuiabá. Abilio afirma que vai auditar todos os contratos da gestão de Emanuel Pinheiro, caso seja eleito. O jornalista questionou se ele vai “fazer vista grossa” sobre a gestão de Mauro Mendes em Cuiabá.

“Aquilo que for institucional é relação institucional. O que for suspeito, terá investigação. Eu sou fiscal hoje como vereador e fiscalizo qualquer ação. Se o eleitor colocar em mim essa confiança e me colocar como prefeito, faremos a investigação de qualquer denúncia. Não vamos ‘passar pano’ pra ninguém”, garantiu o candidato.

A jornalista Nayara Moura perguntou a Pinheiro sobre a tentativa de cassação de Abilio na Câmara de Cuiabá e de vários vereadores de sua base que não conseguiram se reeleger. “Foi uma estratégia que deu errado?”, questionou.

“Sempre me pautei por relação republicana com o legislativo. Não me envolvo. Tanto que criaram uma CPI absurda para me desestabilizar e tentar me tirar do poder e mesmo assim nem fui na justiça questionar. Deixei seguir o caminho. A Câmara sabe muito bem como tocar seus assuntos internamente. Não é poder do chefe do executivo se meter”, respondeu Pinheiro.

Sobre as eleições: “Ganhar e vencer faz parte de todos os processos da vida. Fizemos a maioria dos vereadores da base. Dos 12 reeleitos, 7 são da base. Teve vereador que ganhou no voto, mas perdeu pelo sistema. Tem vários da nossa coligação que tiveram votos, mas foram prejudicados pela legislação e assim mesmo elegemos a maioria”.

Abilio respondeu a Nayara Moura sobre dividir o poder com Felipe Wellaton, já que na campanha a chapa afirma que Cuiabá terá dois prefeitos, e sobre as acusações de que é um “desequilibrado”.

“Isso é mentira do meu adversário. Se eu tive equilíbrio para enfrentá-lo nesses 4 anos, se eu tive equilíbrio para sobreviver cheio de paus mandados na Câmara, a todas as mentiras, se eu tive equilíbrio para sobreviver a todo o dinheiro da máquina pública usado contra a gente, se vim nessa emissora que está cheio de servidores vestidos de fantasmas lá fora, se eu tive equilíbrio para mostrar hospital inacabado e fui agredido, se eu tive equilíbrio para mostrar nossas propostas, terei muito equilíbrio que Deus me deu até agora para mudar a história de Cuiabá”, afirmou.

Ao jornalista Pablo Rodrigo, Emanuel Pinheiro respondeu sobre as acusações de corrupção que caem sobre ele e sobre alguns de seus secretários, inclusive com alguns afastados do cargo.

Na resposta, anunciou que um dos afastados, Luiz Antônio Possas de Carvalho, afastado por superfaturamento em compra de ivermectina, foi inocentado e pode voltar ao cargo.

“Vamos provar no foro competente para tirar essa imagem que tentam o tempo todo colar em mim, para atacar nossa gestão que é voltada para as pessoas. E dou uma notícia em primeira mão: a 3ª Câmara do Tribunal de Justiça anulou a operação que afastou o secretário Possas de Carvalho, por 3 a 0, unanime. começa a fazer justiça e tira esse discurso leviano dos nossos adversários. A mudança chegou e merece continuar e isso desespera nossos adversários. A principal bandeira deles, que era corrupção na saúde, caiu por terra ontem. O secretário Luiz Possas pode voltar ao cargo e está inocentado”.

Abilio, que mais cedo havia dado um empurrão em Pablo Rodrigo quando chegou ao debate, respondeu sobre as verbas indenizatórias que recebeu, ao mesmo tempo em que promete enxugar a máquina. “Em qual Abilio devem acreditar: no da retórica ou da prática?”, questionou.

“Desde o momento em que entrei na Câmara tenho lutado contra a corrupção. Não caio em ameaça, no jogo político. Quando voltei da Covid, percebi que era necessário fiscalizar. Usei os recursos para fiscalizar e recuperamos mais de 3 milhões para Cuiabá, durante o período da Covid”.

O jornalista o acusou de mentir, pois recebeu R$ 710 mil em Verba Indenizatória e mais R$ 74 mil quando derrubou sua cassação na Justiça e voltou ao legislativo.

“O mesmo valor que você está falando, os demais receberam. Valor utilizado durante todo o tempo para custear cada vereador no mandato. Eu e todos recebemos o mesmo valor. Mas com o valor que eu recebi, fiscalizamos o poder executivo. Fiscalizamos e denunciamos. O custo do meu mandato inteiro, só o contrato do drone já cobria”, ironizou.